ataques do irã

Guerra no Oriente Médio: Quais as consequências para o Brasil?

O preço do combustível apresentará uma volatilidade maior, visto que o Irã é um dos maiores exportadores da commodity no mundo

O ataque do Irã com mísseis e drones direcionados a Israel pode desencadear desde consequências diplomáticas até econômicas para o Brasil. Como o Irã é um dos maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo, uma instabilidade e eventual conflito no território mexerá com o preço do combustível no mundo inteiro.
Petrobras deve sofrer pressão para aumentar o preço – Créditos: Canva

O ataque do Irã com mísseis e drones direcionados a Israel pode desencadear desde consequências diplomáticas até econômicas para o Brasil. Como o Irã é um dos maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo, uma instabilidade e eventual conflito no território mexerá com o preço do combustível no mundo inteiro.

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O país é integrante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e exporta 4,3 milhões de barris diariamente. Todos esses aspectos podem afetar a Petrobras e obrigar a estatal a aumentar o preço da gasolina. “Um conflito entre Israel e Irã pode gerar mais restrições nas movimentações de petróleo e de derivados e isso deve pressionar sim um aumento de preço”, explicou o presidente-executivo da Abicom, Sergio Araujo, ao Globo.

A petrolífera do Brasil vem cotando o preço do combustíveis 19% menor do que o mercado internacional. “Isso vai elevar a pressão para que a Petrobras faça ajustes no seu preço”, completou Sergio.

Vale lembrar que, só em 2024, o preço da commodity subiu 19%, indo de US$ 77 para US$ 90 o preço do barril. “O preço do petróleo vai subir com a expectativa do que pode acontecer nos próximos dias e se o conflito vai escalonar. O temor é que uma guerra possa afetar a oferta de petróleo, já que o Irã conta com refinarias, por exemplo”, disse Cleveland Prates, professor de Economia da Fundação Getulio Vargas Law (FGV).

Dólar e Selic no Brasil

Outra consequência a curto prazo será o aumento da cotação do dólar, altamente atrelado à alta do petróleo. Com a valorização da commodity, a chance dos Estados Unidos iniciarem o ciclo de corte de juros diminui drasticamente, fortalecendo a moeda perante a economia mundial.

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Além disso, uma eventual alta do dólar fará com que o Banco Central (BC) tenha uma menor possibilidade de cortar a taxa Selic, atualmente em 10,75% a.a. A instituição buscava cortar o índice por 0,5% a cada reunião, porém, com a escalada de violência no Oriente Médio, a estratégia tem que ser repensada.

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