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Vendas do Tesouro Direto atingem maior nível em mais de três anos

Títulos mais procurados foram os corrigidos pela Selic.

Vendas do Tesouro Direto atingem maior nível em mais de três anos
(Crédito: Canva)

As vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet somaram R$ 4,01 bilhões em julho, divulgou hoje (26) o Tesouro Nacional. O volume é o segundo maior da história para um mês, perdendo apenas para maio de 2019 (R$ 5,86 bilhões).

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Os títulos mais procurados pelos investidores foram os corrigidos pela Selic (juros básicos da economia), cuja participação nas vendas atingiu 49,4%. Os títulos vinculados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) corresponderam a 37,7% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, foram 12,9%.

A expectativa de que a taxa Selic pare de subir diminuiu o interesse dos investidores por esse tipo de papel. Em junho, as vendas desses títulos estavam em 55,3%. Em contrapartida, as vendas de papéis prefixados, que representavam 31,8% em junho, tiveram forte alta.

Desde março de 2021, o Banco Central (BC) tem elevado a Selic. A taxa, que estava em 2% ao ano, no menor nível da história, saltou para 13,75% ao ano de lá para cá. A última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que as elevações estão próximas de acabar.

O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 96,45 bilhões no fim de julho, aumento de 2,5% em relação ao mês anterior (R$ 94,07 bilhões) e de 42,1% em relação a julho do ano passado (R$ 67,89 bilhões). Essa alta ocorreu porque as vendas superaram os resgates em R$ 1,74 bilhão no mês passado.

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Investidores

Em relação ao número de investidores, 535.983 novos participantes se cadastraram no programa no mês passado. O número total de investidores atingiu 20.028.345. Nos últimos 12 meses, o número de investidores acumula alta de 67,6%. O total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 2.039.876, aumento de 27,7% em 12 meses.

A utilização do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas de até R$ 5 mil, que correspondeu a 82,3% do total de 648.492 operações de vendas ocorridas em julho. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 59,1%. O valor médio por operação foi de R$ 6.178,38.

Os investidores estão preferindo papéis de curto prazo. As vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos representaram 71,9% e aquelas com prazo entre 5 e 10 anos, apenas 3,5% do total. Os papéis de mais de dez anos de prazo representaram 24,6% das vendas.

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O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Transparente.

Captação de recursos

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem intermediação de agentes financeiros.

O aplicador só precisa pagar uma taxa semestral para a B3, a bolsa de valores brasileira, que tem a custódia dos títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.

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A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis pré-fixados.

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