O nome de Alexandre de Andrade de Almeida, de apenas 16 anos, vem ganhando notoriedade após a divulgação do resultado do Enem 2023. Isso porque o jovem que está no 2º ano do Ensino Médio alcançou a nota máxima, ou seja, 958,6, na prova de Matemática e suas Tecnologias do exame.
Em entrevista ao portal de notícias g1, Alexandre falou sobre o resultado e seu desejo como estudante e futuro profissional. “Eu já tinha feito no ano anterior e resolvi fazer em 2023, mesmo estando no 2º ano do ensino médio. As questões que vieram na prova de matemática eram coisas que já tinha tido contato, então foi mais tranquilo. Eu estou muito feliz e mostra que estou no caminho certo para conseguir ser médico. Agora, só continuar estudando”, disse.
As 73 medalhas de Alexandre
Em foto viralizada, Alexandre de Andrade aparece segurando suas 73 medalhas olímpicas. A primeira delas, de ouro, o estudante conquistou quando estava apenas no 5º ano do ensino fundamental, na Olimpíada Paulista de Física Júnior. Em seguida, outra dourada. Desta vez, na Olimpíada Brasileira de Astronomia.
Dado o “start”, por sugestão de uma professora de matemática, Alexandre passou a assistir aulas preparatórias de biologia para outras olimpíadas científicas. Na época, o menino superdotado estava no 6º ano. Seus colegas desta mesma turma, no ensino médio.
Das 73 medalhas de Alexandre, 36 são de ouro, 20 são de prata, 10 de bronze, e as outras sete são de honra ao mérito. Além disso, nem todas são nacionais. O estudioso também é reconhecido fora do Brasil. Em setembro do ano passado, por exemplo, Alexandre ganhou ouro na Olimpíada Ibero-americana de Biologia, na Espanha, e ouro também na 28ª Olimpíada Ibero-Americana de Física, competição online organizada pela Costa Rica.
Autismo e perda do pai
Há três anos, Alexandre foi diagnosticado com autismo leve. “Uma nutricionista disse que era para eu levá-lo a um profissional para verificar a possibilidade do autismo. E ele foi diagnosticado mesmo, em grau leve. Mas com acompanhamento certo de profissional, ele consegue fazer tudo normalmente. O hiperfoco sempre foi o estudo. Ama estudar”, disse a mãe do jovem, Paula, ao g1.
Infelizmente, em maio do ano passado, Paula ficou viúva. No momento em que perdeu o pai, Alexandre se preparava para a seletiva de mais uma olimpíada. “Mesmo com a perda do pai ele se saiu bem. Ele consegue encarar de forma racional e conseguiu se sair bem nas competições, apesar de tudo o que aconteceu”, opinou a mãe.
Sequência nos estudos
O plano de Alexandre de Andrade de Almeida para 2024 é prestar os vestibulares da USP, ou seja, a Fuvest, da Unicamp e Unifesp. “É ótimo ele já ter tido contato com essas provas e também com o Enem, porque ele já fica mais preparado. No terceiro ano já tem a pressão de ser para valer. Então, vale a pena treinar”, finalizou Paula.
*Matéria publicada originalmente em Bons Fluidos.