Uma pesquisa apontou que 8 a cada 10 educadores sofreram agressão no ambiente escolar em 2023. O estudo mostra que, dentre as agressões sofridas, a verbal aparece como a mais frequente, com 76,1% dos respondentes; em seguida aparece a violência psicológica/moral, com 41,5%.
A pesquisa, que foi realizada pela Nova Escola em parceria com o Instituto Ame Sua Mente, registrou um aumento de 20% deste índice em relação a 2022.
Os números mostraram também que seis em 10 professores ouvidos temem pela própria integridade física. À CNN, o presidente do Instituto Ame sua Mente, Rodrigo Bressan, avaliou que o “clima de violência se instaurou desde a volta da pandemia”.
Ele destaca, no entanto, que os índices já eram altos antes disso. “Desde os eventos violentos do início do ano, houve uma contaminação, e tivemos mais ocorrências de alta intensidade e gravidade”, completou.
O psiquiatra esclareceu que a escola “foi feita para mediar conflitos e formar cidadãos que respeitam uns aos outros, e saibam lidar com autoridades”.
De acordo com ele, na volta para a escola pós-pandemia, ficou patente como “foi muito difícil para alunos reaprenderem a ficar sentados numa sala, fazer provas, lidar com colegas, esse clima ficou tenso, com professores insatisfeitos”.
Bressan defendeu que “agora é hora de reforçar a necessidade de uma vertical de saúde mental” dentro das escolas, tanto públicas quanto privadas. Para ele, é necessário também que as escolas tenham estratégias para tomar decisões em casos de alunos, por exemplo, que passem por situação de autoagressão.
A pesquisa quantitativa foi realizada pela plataforma typeform para a base da Nova Escola, durante o mês de julho, com 2.752 educadores entrevistados.
Me pega demais o fato da professora assassinada no atentado hoje em escola no interior de SP ter 71 anos e ainda ter que estar em sala de aula. Há vários níveis de crueldade e a violência do atentado é sem dúvidas a maior, mas essa sobre a professora diz muito sobre o Brasil.
— judz (@nietzsche4speed) March 27, 2023