SOY REBELDE TOUR

Dulce Maria: a última rebelde

Para a turnê que marca o encerramento de um ciclo, Dulce Maria resgatou um de seus símbolos que mais a aproxima do grupo: o cabelo vermelho, ícone da personagem Roberta Pardo, da novela Rebelde

Crédito: foto por Uriel Santana @urielsantanafoto, arte por Felipe Fiuza @felipepontofiuza

Do palco, hinos de liberdade e rebeldia levantam multidões em estádios lotados. A turnê global, esgotadíssima, precisou ser estendida no Brasil após a demanda de fãs, desesperados entre páginas de venda e longas filas por bilheterias como a do estádio do Pacaembu, em São Paulo. A comoção é legítima – e repete o feito de fenômenos como U2 ou Coldplay. Dessa vez, porém, cantando em bom espanhol latino: o RBD está de volta para um último ato.

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Quando as luzes do Engenhão, no Rio de Janeiro, se acenderem no próximo dia 9 de novembro, o RBD encerrará um hiato de seis anos desde a última passagem de Dulce Maria, Anahí, Christian Chávez, Christopher von Uckermann e Maite Perroni pelo Brasil – Alfonso Herrera, o sexto integrante, não aderiu à turnê de 2023. Depois da estreia, a banda parte para outras sete apresentações pelo país onde o fenômeno de quase duas décadas reverbera forte até hoje.

Dulce Maria: capa digital da Rolling Stone Brasil (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto, arte por Felipe Fiuza @felipepontofiuza)
Dulce Maria: capa digital da Rolling Stone Brasil (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto, arte por Felipe Fiuza @felipepontofiuza)

“Brasil é como uma casa, uma família, é algo muito intenso”, afirma Dulce Maria, capa digital da Rolling Stone Brasil em outubro. Tão intenso, de fato, é o público do país, que fez o grupo dobrar as datas de apresentações por aqui, de quatro para oito shows – uma “semi residência”, que repete casos emblemáticos como a catártica passagem de Taylor Swift por aqui, também em novembro de 2023.

“Sei que as pessoas esperariam que estivéssemos um ano inteiro em cada canto do Brasil, mas é muito difícil. Só de conseguirmos dobrar a logística para fazer a turnê de quatro meses e encaixar em nossas vidas…”, reflete a cantora, que garante: “Sempre tem uma bandeira [do país] em todo show”.

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Entre a nostalgia e a despedida

Fenômeno global nos anos 2000, Rebelde estreou como uma novela, exibida no México entre 2004 e 2006 e no Brasil entre 2005 e 2006 – e reprisada atualmente pelo SBT. A primeira vez que o RBD veio ao país foi no início de 2006, quando a banda já começava a estourar por aqui em decorrência do folhetim. Naquele ano, Nuestro Amor, o segundo álbum do grupo, ficaria entre os 20 mais vendidos no país.

Mais de 15 anos depois, porém, o sucesso da turnê de retorno grupo superou expectativas – ao todo, foram 1,5 milhão de ingressos vendidos por quatro países, apenas nas primeiras 24 horas, batendo a marca atingida pela própria banda nos shows realizados de 2005 a 2008, segundo a Live Nation.

Dulce Maria (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto)
Dulce Maria (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto)

Para Dulce Maria, é um reflexo de um retorno das pessoas aos fenômenos da indústria nos anos 2000: “O pop não morreu”, reflete. O momento, para ela, seria um “oásis” em meio à cena, marcada pela música urbana e regional.

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Além dessa “sede de nostalgia”, o sucesso da Soy Rebelde Tour 2023 pelo Brasil parece ter a ver também com um “prazo final”, anunciado pelo grupo.

“A intenção é encerrar um ciclo e dar esse último adeus ao público. Isso é o que planejamos agora e sempre. Amo fazer música, adoro escrever, adoro comunicar e ver como a música ultrapassa fronteiras e ideologias”, explica Dulce.

A cantora conta que existe um acordo vigente até dia 21 de dezembro, quando acontecerá o último show da turnê, no Estadio Azteca, na Cidade do México. Diante do contrato, a estrela afirma estar ciente de que este é o projeto e que vai durar muito pouco porque cada um possui seu projeto profissional e também pessoal – ela própria, hoje às voltas com a maternidade recente de Maria Paula, de dois anos.

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“É muito complicado criar toda a logística para que isto seja possível. Realmente, todos estamos fazendo um grande esforço para fazer acontecer. Então eu tento aproveitar, valorizar e levar no coração cada momento, cada cena e obviamente temos expectativa de entregar todo o amor e devolver tudo que nos deram: toda a gratidão por tudo que nos apoiaram”.

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Dulce Maria (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto)
Dulce Maria (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto)

Dulce Maria, de Guns ‘N Roses a Marília Mendonça

Para a turnê que marca o encerramento de um ciclo, Dulce Maria resgatou um de seus símbolos que mais a aproxima do grupo: o cabelo vermelho, ícone da personagem Roberta Pardo, da novela Rebelde. No palco, os cinco integrantes flertam com o passado da banda, em uma set list de 24 músicas, que incluem interlúdios, como o de Dulce antes da canção “No Pares”.

“No pares”, aliás, é um dos pontos altos do show – a música do RBD escrita por Lynda Thomas e interpretada por Dulce no álbum Live in Hollwood, em 2006, conquistou prêmios e consagrou a voz da cantora entre os fãs:

“Essa euforia que voltou a nascer parece até mais forte do que antes. Quando eu paro no palco e volto a cantar ‘No Pares’ depois de 15 anos sem fazer isso junto ao RBD eu me dou conta do amor tão grande da geração Rebelde e de novas gerações que estão se unindo”, afirma.

Dulce Maria (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto)
Dulce Maria (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto)

Para ela mesma, a turnê é uma chance de mostrar aos fãs de todas as Américas também a sua própria evolução como cantora – que começa ainda na infância, entre influências de Guns N’ Roses e Metallica, e chega à última década marcada por feats com cantores brasileiros. Em 2021, ela gravou ao lado de Kevin O Chris o hit “Ela tá movimentando”, que viralizou no TikTok em meio à pandemia.

“Tive a grande honra e o prazer de cantar com Kevin o Chris. É uma loucura e eu adoro que estejam funcionando as músicas colombianas, mexicanas, brasileira, de muitos estilos.”

No mesmo ano, Dulce gravou uma música ao lado de Marília Mendonça, lançada em dezembro, um mês após a morte da brasileira. Intitulada ‘Amigos con derecho’, a canção foi uma parceria que acabou virando homenagem, uma vez que a sertaneja era fã da estrela latina.

“Ter cantado com ela pra mim foi uma honra, ter conhecido ela, ainda que sem conhecê-la fisicamente, conhecer sua história, cantar em espanhol com ela.”

Por ora, Dulce Maria tem focado suas inspirações nas composições de canções, onde ela precisa além de escrever, fazer caber em uma música, em uma melodia. Durante a entrevista, ela conta sobre a criação de uma música muito importante para esta turnê, chamada “Gracias”.

“É uma maneira de fechar este ciclo. É claro que ‘Gracias’ pode ser interpretada de muitas formas, mas me emociona muito porque me conecta de uma maneira diferente com as experiências da vida, com o que cresci, com o que vivi e outras coisas que gostaria de dizer”, adianta a cantora, que conclui o bate-papo garantindo que “ainda há algo de amor” entre todos os integrantes. “Mais do que nunca, eu acredito”, finaliza.

Dulce Maria (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto)
Dulce Maria (foto por Uriel Santana @urielsantanafoto)

Fotógrafo: Uriel Santana @urielsantanafoto
Make Up: Vicente Montoya @chentechapitas
Assistente Make up: Moctezuma Montoya @moctemontoya 
Hair: Geraldo Maldonado @lilttle_lee
Stylist: Roberto Coss @robertocoss
Arte Capa: Felipe Fiuza @felipepontofiuza
Produção Executiva: Ariel Quirino 

Assessoria de imprensa: Ariel Quirino @arielquirino / AriPrensa @ariprensaoficial
Look preto: ARTEMISI @artemisigallery

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