O empoderamento feminino é um assunto que gera cada dia mais debate. Mas como ajudar mulheres a reconhecerem seu poder?
Jaqueline Almeida tem 32 anos e é atleta profissional de jiu-jitsu. Além de títulos, Jaqueline também conta com várias alunas. Isso porque, o modo que ela encontrou de ajudar no empoderamento feminino foi por meio da luta.
Como começou?
Jaqueline começou no esporte após o convite de um amigo, mas chegou a recusar em um primeiro momento. “A gente tem esse preconceito de ser um esporte masculino”, disse Jaqueline em entrevista à Perfil Brasil.
Depois de fazer a primeira aula afirmou que foi “amor ao primeiro treino”. Para Jaqueline, o jiu-jitsu ajudou em sua transformação para uma mulher mais forte e decidida.
Desde 2016, Jaqueline mora na Irlanda. No país, ela percebeu que não tinham muitas alunas mulheres de jiu-jitsu e falou com o seu treinador. Depois de conversarem, decidiram abrir aulas gratuitas para que outras pessoas partilhassem seus conhecimentos em grupo.
A ideia, que começou apenas para introduzir mais pessoas nesse mundo da luta, mudou após dois ataques contra mulheres que ocorreram no país. Esses casos fizeram com que as aulas tivessem um novo foco, o de defesa pessoal.
Foi assim que Jaqueline começou a se dedicar mais ao empoderamento feminino e ao combate à violência da mulher.
Em paralelo, na Irlanda, a brasileira se formou pela UX Design Institute, se pós-graduou em User Experience, se qualificou como personal trainer e passou a competir de forma profissional. Multimedalhista no jiu-jitsu, incluindo o recém conquistado ouro do IBJJF Champion Ship/World Jiu-Jitsu 2022, Jaqueline ainda fundou, ao lado de uma amiga psicóloga, a Mind & Body Defense – programa dedicado a pessoas de baixa renda colocado em prática em parceria com a Sports Ireland.
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Histórias que marcaram
Uma das histórias que marcaram Jaqueline Almeida foi a de uma mulher que sofreu abusos e até uma tentativa de homicídio do marido. A mulher, que começou a realizar as aulas, chegou até a brasileira e disse “eu estou aqui por causa de você, muito obrigada”.
Após o encontro, a mulher enviou um diário contando sua história para Jaqueline. Depois desse caso, a atleta percebeu que não eram apenas aulas, isso era um propósito. “Assim como eu fui impactada pelo jiu-jitsu, eu preciso ajudar outras mulheres”, disse Jaqueline Almeida.
Segundo Jaqueline, uma outra história marcante foi de uma vítima de agressões físicas, que conseguiu dar um fim em um relacionamento marcado pelo abuso por meio das aulas.
A atleta finalizou a entrevista para a Perfil Brasil com uma mensagem de força, “uma mulher só deve baixar a cabeça se for para se defender de um estrangulamento, fora isso, nunca”.
Assista a entrevista completa:
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