O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou ao assunto da transformação de clubes de futebol em Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs). Defensor ferrenho do caminho privativo, o torcedor e sócio do Boca Juniors disse que o Chelsea demonstrou interesse em comprar o clube de Buenos Aires.
“O Chelsea manifestou o desejo de comprar Boca, Racing, Estudiantes, Newell’s ou Lanus . Se os associados desses clubes não quiserem, continuarão com o plano atual. Mas sou sócio e torcedor do Boca e se vierem investidores e colocarem uma fortuna para ganharmos tudo… Onde devo assinar?”, disse Milei, em entrevista à Rádio Mitre.
🚨 ATENCIÓN 🚨
Cómo anticipamos, Javier Milei confirmó que #Chelsea tiene en carpeta a #Racing para adquirirlo y armar su proyecto en #Argentina
Desde #RacingPositivo nos oponemos porque creemos que los clubes son y deben ser instituciones sociales. pic.twitter.com/p3vP09iAdq
— Racing Positivo 👍 (@rpositivook) January 7, 2024
O presidente, desde sua posse, reforça o tema e diz que a privatização de clubes é um tema que precisa ser tratado com necessidade e urgência. Os times argentinos são historicamente sem fins lucrativos, dependendo prioritariamente de seus sócios-torcedores.
Domínio brasileiro
Os clubes argentinos procuram uma maneira de manter seu nível competitivo na América do Sul, visto que, nos recentes anos, os brasileiros acumulam títulos e participações em finais nas competições continentais, como a Copa Libertadores e a Sul-Americana. Os últimos cinco campeões da Libertadores foram brasileiros, e a última vez que um clube do Brasil não esteve presente em uma final continental foi em 2015.
A saída mais coerente para os hermanos é o investimento privado, pois a arrecadação atual é incompatível com grandes clubes como Palmeiras e Flamengo que, apesar de não serem SAFs, têm uma renda muito superior.
Resistência
A cultura da privatização não faz parte do DNA futebolístico argentino. Grandes clubes do país, como o maior campeão da Libertadores, Independiente, nem cogitam a possibilidade. O diretor do clube de Avellaneda, Nestor Grindetti, pronunciou-se e criticou o posicionamento de Milei. “Se um clube quer ser uma sociedade anónima, que seja. Mas no Independiente é proibido pelo nosso estatuto. Quero que seja o Independiente quem compre o Chelsea”, afirmou.