DISCRIMINATÓRIO

Jogador é cortado da França após se recusar a quebrar o jejum no Ramadã

Mahamadou Diawara, atleta da base francesa, foi cortado da seleção sub-19 depois de se recusar a quebrar o jejum no Ramadã; entenda

Mahamadou Diawara, atleta da base da França, foi cortado da seleção sub-19 depois de se recusar a quebrar o jejum no Ramadã; entenda.
Mahamadou Diawara – Créditos: Reprodução / Instagram / Aleh Prod

Nesta quinta-feira, 21, uma notícia triste de discriminação no futebol acabou tomando conta das redes sociais. Atleta da base da seleção da França, Mahamadou Diawara foi cortado do elenco sub-19 francês após se recusar a quebrar o jejum no Ramadã. O país europeu proíbe que seus jogadores muçulmanos jejuem em época de preparação dos jogos. Mas como isso reflete nas escolhas futuras?

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A Federação Francesa desconvocou Diawara sem nem ao menos comunicar oficialmente a saída do jogador da lista, muito menos sem explicar o motivo real por trás da decisão. A notícia só veio à tona após verem o meio-campista treinando normalmente no Lyon, ao invés de estar concentrado com o elenco do sub-19.

No Ramadã, os muçulmanos jejuam durante todo o dia, quebrando somente no período da noite. Diawara ficaria oito dias se preparando com os outros jogadores franceses treinados por Thierry Henry. Na França, o país adotou uma justificativa secular de neutralidade religiosa, mas carrega discursos islamofóbicos. Demba Ba, ex-jogador da seleção francesa e com origens senegalesas, se pronunciou sobre o acontecido. “Que você lhes negue facilidades no estilo de vida que escolheram, eu posso entender, mas não… você quer proibí-lo de ser muçulmano”, afirmou.

Grande parte dos novos jogadores da base da França possuem origens muçulmanas, sendo que muitos são filhos de imigrantes vindos de países da África como Senegal, Marrocos, Argélia, Mali, entre outros. O país europeu vive uma guerra de discursos islamofóbicos liderados pela extrema-direita.

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Mahamadou Diawara é nascido na França, mas filho de pais migrantes de Mali. Oficialmente, o atleta já chegou a ser procurado pela seleção do país africano. Muitas vezes a incompatibilidade é o que faz com que filhos de africanos escolham uma seleção na África para representar, ao invés de continuar na Europa. Outro bom exemplo disso é o de Amine Gouiri, que, em 2023, esteve no meio de uma tentativa de greve dos jogadores do sub-20 francês que queriam jejuar no Ramadã durante a preparação das partidas. Até mesmo Kylian Mbappé se envolveu para tranquilizar o clima entre os atletas e a federação. Meses depois, Gouiri optou por defender a Argélia.

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*Matéria originalmente publicada por Sportbuzz

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