Nesta sexta-feira (27), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou que irá intimar Neymar a prestar depoimento, como testemunha, em uma operação que investiga um grupo suspeito de agiotagem, lavagem de dinheiro e receptação de joias e pedras preciosas.
O jogador teria recebido duas joias de um alvo da operação, segundo a polícia. Neymar, mesmo não sendo considerado investigado na ação, deve esclarecer o envolvimento com o grupo e se tinha conhecimento das atividades ilícitas cometidas por ele. Procurada pela reportagem, a assessoria do jogador afirmou que não tem declarações até o momento e ficou sabendo sobre a intimação pela imprensa.
Neymar será intimado a depor como testemunha em investigação sobre agiotagem e receptação de joias no DF (uol)
— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) January 27, 2023
Além das três pessoas que foram presas, ainda há um outro suspeito do crime. Identificado como Eduardo, ele aparece em fotos com Neymar, e está foragido. O G1 informou que, segundo as investigações, o grupo movimentou R$ 16 milhões entre 2019 e 2021.
CASSINO EM ÁGUAS CLARAS
A polícia cumpriu mandados de busca em uma joalheria de Taguatinga, em um cassino de poker em Águas Claras, o qual os suspeitos são donos, e em uma marina da Asa Norte. O grupo fazia empréstimos a juros superiores aos permitidos legalmente e cobrava os valores mediante ameaças, informou a Polícia Civil. O grupo exigia transferência nas cobranças e entrega de veículos como garantia, de acordo com a corporação.
A lavagem de dinheiro da agiotagem e da receptação das joias e pedras preciosas roubadas acontecia através de contas bancárias de seis empresas de fachada, em Brasília e em Goiânia, afirmou a polícia. Um “laranja” também foi preso.
A apreensão de dois veículos de luxo e uma lancha avaliada em R$ 2 milhões, além de R$ 16 milhões de cinco contas dos investigados foi determinada pela polícia, segundo o G1. A corporação informou que um dos presos já se envolveu em crimes como extorsão, receptação, furto e homicídio e, além disso, foi dito que, outro alvo, que está cumprindo prisão domiciliar, é considerado foragido.
REDES SOCIAIS
Nas redes sociais, Eduardo era visto com outros jogadores, como Daniel Alves (brasileiro) e Kylian Mbappé (francês).
Além disso, Eduardo comentava sobre as entregas nas redes. Uma foto foi publicada por Eduardo, no dia 08 de fevereiro de 2017, mostra Neymar com uma corrente de diamantes, tem a legenda: “A busca de um sonho é a loucura mais exata de realizar’. Quando se trabalha duro em busca do que sonha, se conquista! Ter fé, pois fácil não é nem vai ser. @neymarjr“. Além dessa, outras postagens evidenciam as entregas de joias.
“Considerando a indicação robusta de que as joias comercializadas por Eduardo são de origem criminosa, a DRF1/PCDF entendeu que é necessária a colheita da versão do jogador Neymar, na condição de testemunha, a fim de que esclareça, entre outras circunstâncias, se houve efetivo pagamento da corrente e anel de diamantes e se tinha conhecimento do envolvimento do investigado Eduardo com a prática de crimes de agiotagem, extorsão, receptação e lavagem de capitais”, afirmou a polícia.
*Texto atualizado às 16h26 do dia 27 de janeiro para adição de informações