Qual o impacto da vitória da skatista Rayssa em adolescentes?

Segundo professoras, a vitória da menina desperta interesse sobre o esporte entre os alunos, além de influenciá-los a desenvolverem pensamento crítico como Rayssa

Qual o impacto da vitória da skatista Rayssa em adolescentes
Skatista Rayssa Leal (Crédito: Ezra Shaw/Getty Images)

Um dos nomes mais falados nos últimos dias e que gerou bastante impacto é o da skatista Rayssa Leal, uma adolescente de 13 anos, nordestina e vencedora mais jovem a conquistar medalha de prata do skate feminino nas Olimpíadas. A vitória da menina traz junto, uma forma de representação e esperança para crianças e adolescentes em todo o mundo que também sonham em fazer do skate e outros esportes, suas futuras profissões.

Publicidade

No Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM), em Higienópolis, o incentivo ao esporte, sobretudo ao skate, é muito presente. Segundo a professora do Ensino Fundamental I e do 6º ano, Juliana Bergamin Vertullo, desde as séries iniciais o Colégio tem como hábito abordar temas teóricos relacionados aos mais diversos temas esportivos, a partir disto, os alunos conhecem desde a origem do skate até sua evolução no mundo e no Brasil. As crianças também aprendem os fundamentos básicos e descobrem novas maneiras de praticar a modalidade.

Vertullo explica que o skate vai além de um esporte para os alunos. “Trata-se de um movimento cultural que abrange atitudes, vestimenta, vocabulário e estilo musical, tornando o skate bem abrangente, atrativo e rico em conhecimento. Este conteúdo é desenvolvido nas aulas de educação física”. Durante o ensino remoto, os alunos puderam contemplar o conteúdo por meio de exposições de vídeos, estudo de manobras, favorecendo a aquisição de domínios motores essenciais, como equilíbrio e força, além de benefícios motores e de aptidão física.

Para a professora, é importante que os alunos tenham acesso a esportes para além dos mais “clássicos”, como handebol, futebol, vôlei e basquetebol, pois pela inserção das crianças em ambientes diferentes, estas recebem outros estímulos motores e ampliam seu repertório de movimentos de treino esportivo. “Num país como o nosso, com uma variedade enorme de paisagens, o que não faltam são cenários para práticas esportivas. Quanto mais variada forem as experiências motoras, maiores serão as probabilidades de garantir uma aprendizagem motora adequada para cada faixa etária, portanto, criar situações para favorecer o desenvolvimento da motricidade infantil é fundamental para a aquisição de habilidades que serão recrutadas ao longo de toda vida do indivíduo”, afirma a mackenzista.

Publicidade

Para a professora Mariana Munis, do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) do Mackenzie Campinas, a vitória da skatista Rayssa a transforma não só na pioneira na categoria skate das Olimpíadas, mas traz consigo o poder de influência, impacto e representatividade para milhões de adolescentes que observam também os posicionamentos sociais e políticos da menina. “Podemos ver essa característica no retorno de Rayssa ao nosso país. Ela não quis posar para fotos ao lado de políticos de sua cidade, afinal, quando ela precisava de patrocínio e auxílio da secretaria de esportes do município, solicitados pelo seu pai, não obteve ajuda”, explica a professora.

A atitude de Rayssa, que pode ser vista como um ato de rebeldia por alguns, na verdade ilustra um perfil comum entre os indivíduos da Geração Z (nascidos entre 2000 e 2010). Mariana Muniz diz que este grupo tem como principais características o hábito de trabalhar com mais facilidade com a diversidade, igualdade de gênero e globalização. “A Geração Z possui espírito crítico em relação aos assuntos que os rodeiam, pois convivem com mudanças em diversos âmbitos, desde que nasceram, sendo muito sensíveis a diversos assuntos. Note que Rayssa, ao voltar para o Brasil, pede aos seguidores para não se aglomerarem no aeroporto, quando ela chegasse ao Maranhão”.

Juliana Vertullo acredita que, com a repercussão do feito de Rayssa, mais alunos se interessarão pelo skate, especialmente as meninas. “Ela despertou um maior interesse pela modalidade e é um grande incentivo para a busca da prática também pelas adolescentes, afinal, o skate feminino nunca esteve tão em evidência como agora. Os principais personagens que tínhamos até então, eram figuras masculinas, e desta forma, Rayssa mostrou para todo o mundo que o Skate é um esporte para todos.”, afirma.

Publicidade

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.