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Treinador da Islândia detona jogo contra Israel: “Pelo que estão fazendo…”

Age Hareide, treinador da Islândia, acredita que partida contra Israel pelas últimas vagas para a Eurocopa 2024 não deveria acontecer

Nesta próxima quinta-feira, 21, Israel e Islândia entram em campo na busca de uma das últimas vagas para a Eurocopa 2024.
Age Hareide – Crédito: Getty Images

Nesta próxima quinta-feira, 21, Israel e Islândia entram em campo na busca de uma das últimas vagas para a Eurocopa 2024. Porém, para o treinador Age Hareide, sua seleção islandesa não deveria entrar em campo contra os adversários, por conta do massacre covarde que os israelenses vêm fazendo contra a Palestina, que vem deixando milhares de pessoas inocentes mortas.

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“É uma questão difícil quando olhamos para quem começou isso e pensamos em todos os reféns israelitas e em todas as crianças e mulheres que são bombardeadas em Gaza. Se libertarem todos os reféns, os bombardeamentos irão parar. É fácil dizer, mas este conflito já dura há anos. Não tomo qualquer posição  porque nem os diplomatas conseguem resolver esta questão. Vamos jogar contra jogadores de futebol, não contra soldados”, afirmou o norueguês. Para Hareide, a partida não deveria acontecer “pelo que estão fazendo em Gaza, pelo que estão fazendo às mulheres, crianças e civis inocentes”.

Age Hareide já comandou as seleções da Noruega, seu país natal, e da Dinamarca, buscando agora resgatar a Islândia de um momento de baixa no futebol depois da histórica classificação para a Copa do Mundo de 2018. O treinador afirmou que não gostaria de encarar Israel por ser um grande pacifista. O comandante não é o único que acredita que os israelenses deveriam ser banidos do futebol, sendo que outras doze federações já enviaram um pedido de exclusão à Fifa.

Israel hoje faz parte da UEFA, mas é considerado um país asiático. O país não está na AFC pois foi expulso em 1974, em um movimento liderado por países árabes. Liderados pela Jordânia através do príncipe Ali bin Al-Hussein, 12 países escreveram uma carta para a Fifa pedindo a expulsão do país. A carta foi assinada por Bahrein, Iraque, Kuwait, Líbano, Omã, Palestina, Catar, Arábia Saudita, Síria, Iêmen e Emirados Árabes Unidos.

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“Nós pedimos que a Fifa tome uma posição sobre decisiva sobre as atrocidades cometidas em Gaza e condene o assassinato de civis inocentes, incluindo jogadores de futebol, técnicos e árbitros, além da destruição da infraestrutura do futebol no local”, afirma um trecho da carta. A entidade puniu rapidamente a Rússia depois do começo da guerra contra a Ucrânia e o país segue afastado das competições internacionais. A Fifa ainda não se manifestou sobre o assunto.

Israel nunca se classificou para a disputa da Eurocopa e quer fazer isso exatamente em uma edição que será sediada pela Alemanha, que, por remorso histórico, é um país que mais condena qualquer manifestação pró-Palestina. O jogo contra a Islândia acontece em Budapeste, na Hungria, e o vencedor pode encarar o vencedor entre Ucrânia e Bósnia e Herzegovina.

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Ou seja, Israel, mesmo acreditando que a política deveria ficar de fora do futebol, pode encarar dois adversários com temáticas politizadas se passar da Islândia. Se encarar a Ucrânia, enfrenta o país que sofre nas mãos russas da mesma forma que os israelenses fazem com a Palestina. Mas, se entrar contra a Bósnia, pega um dos poucos países europeus que ainda traz forte memória muçulmana (grande responsável pelo ódio israelense contra os palestinos).

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* Matéria publicada originalmente em Sportbuzz.

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