O instrumento acrescentado ao acordo Mercosul-União Europeia, que expande as obrigações do Brasil e prevê sanções em caso de descumprimento, voltou a ser alvo de críticas por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde desta segunda-feira (12). Durante o encontro com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, Lula afirmou que “a premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a da confiança mútua, e não de desconfiança e sanções”.
Presidente Lula se reúne com a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen https://t.co/yb77U43T7e
— Lula (@LulaOficial) June 12, 2023
Ainda durante a reunião, que aconteceu no Palácio do Planalto, o chefe do Governo Federal pontuou que a União Europeia aprovou, em paralelo, leis próprias com efeitos extraterritoriais e que modificam o equilíbrio do acordo — conforme publicação da Agência Brasil.
“Essas iniciativas representam restrições potenciais às exportações agrícolas e industriais do Brasil”, declarou Lula. Por sua vez, von der Leyen reforçou que este não é apenas um acordo comercial, mas uma plataforma para viabilizar diálogo e engajamento a longo prazo, e que há total interesse em finalizar o acordo Mercosul-União Europeia ainda em 2023.
“O acordo há de render vantagens para ambos os lados, criar condições para fluir investimentos, respaldar a reindustrialização do Brasil, integrar cadeias de suprimentos e aumentar competitividade da indústria”, disse a presidente da Comissão Europeia.
O encontro entre os líderes também teve como pauta o meio ambiente. Na ocasião, von der Leyen anunciou que a União Europeia fará uma doação de 20 milhões de euros ao Fundo Amazônia. O valor equivale a aproximadamente R$ 100 milhões.