O Banco Central da República Argentina (BCRA) incorporou o yuan como moeda aceita para captação de depósitos em caixas econômicas e contas correntes.
Quais são as implicações da medida adotada pelo BCRA?
Isso implica que as instituições financeiras “serão autorizadas a abrir contas bancárias denominadas em yuan”, a moeda legal na China.
O órgão presidido por Miguel Ángel Pesce anunciou a medida por meio de um comunicado detalhando que a medida “é complementar à decisão da Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CNV) que permitiu a negociação de títulos negociáveis em RMB yuan”.
Vale destacar que na semana passada a CNV oficializou as operações com instrumentos financeiros denominados no signo monetário chinês. Nesse sentido, os títulos podem ser emitidos e negociados nessa moeda.
Durante a passagem do ministro da Economia, Sergio Massa, pela China, um dos principais objetivos foi ampliar os recursos disponíveis gratuitamente no sistema de câmbio conhecido como swap.
Dessa forma, a Argentina ficou habilitada a utilizar o equivalente a 10 bilhões de dólares destinados ao financiamento do comércio exterior com o gigante asiático.
A economia usará o yuan para pagar o FMI
O anúncio do BCRA ocorre depois que o Ministério da Economia confirmou o pagamento de US$ 2,7 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Do total, US$ 1,9 bilhão será pago em Direitos Especiais de Saque (DES) em mãos do Tesouro Nacional e o restante em yuans.
O objetivo do Palácio de Haciendo é evitar o uso das reservas internacionais, que já atingiram 31 bilhões de dólares e podem cair nos próximos dias abaixo da barreira dos 30 bilhões, nível semelhante ao do final de 2015.
MF / ED
*Texto publicado originalmente no site Perfil Argentina.
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