conflito

Armênios que fugiram de Nagorno-Karabakh desejam voltar para casa

De acordo com oficiais de origem armênia, pelo menos 200 pessoas foram mortas durante o ataque ordenado pelo Azerbaijão, incluindo dez civis, e mais de 400 ficaram feridas

Nagorno-Karabakh era o lar de cerca de 120 mil pessoal de origem armênia. Após operação do Arzebaijão, mais de 100 mil pessoas fugiram.
A família Ghazaryan fotografada em frente à casa de um amigo nos arredores de Yerevan, onde estão agora depois de fugirem de sua casa em Nagorno-Karabakh. Da esquerda para a direita: Artyom, Aren, Ina, Inessa e Alisa. (Crédito: Reprodução/Jessie Williams/Al Jazeera)

Alisa Ghazaryan estava igualmente animada e nervosa para começar seu primeiro ano na universidade em Estepanaquerte – oficialmente conhecida como Canquendi – após se mudar de sua vila de origem, em Nagorno-Karabakh. Logo que o semestre começou, porém, forças militares do Azerbaijão começaram a bombardear a cidade no dia 19 de setembro.

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Enquanto os militares realizavam o que chamam de “operação antiterrorista”, a jovem de 18 anos refugiou-se no porão da universidade. “Eu nasci lá, cresci lá”, disse Alisa sobre sua casa. “Quando estava lá, me sentia completamente livre.

Até recentemente, Nagorno-Karabakh, um enclave montanhoso há muito conturbado, era o lar de cerca de 120 mil pessoal de origem armênia que dominavam a região. Desde a operação ordenada por Baku (capital do Arzebaijão), mais de 100 mil pessoas, incluindo Alisa, fugiram para a Armênia.

Apesar das garantias do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, de proteger seus direitos civis, muitos dizem temer perseguição após anos de desconfiança mútua e ódio declarado entre o país e a Armênia. As informações são da emissora Al Jazeera.

De acordo com oficiais de origem armênia, pelo menos 200 pessoas foram mortas durante o ataque de Baku, incluindo dez civis, e mais de 400 ficaram feridas. O governo do Azerbaijão minimizou as alegações sobre mortes de civis, mas reconheceu a possibilidade de “danos colaterais“.

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O país, que informou que 192 de seus soldados morreram na operação, alegou que o ataque tinha o objetivo de “desarmar os separatistas de origem armênia na região” – que agora, em partes, parece uma cidade fantasma.

O ataque ocorreu após um bloqueio de dez meses imposto pelo Azerbaijão, após ter fechado o corredor de Lachin para a Armênia, impedindo o fluxo de alimentos, combustível e medicamentos. Baku acusou a Armênia de enviar armas para os separatistas através da estrada sinuosa da montanha, alegação que foi negada por ambas as partes.

O governo local não-reconhecido se rendeu após 24 horas de combates. Aliyev disse que o seu “punho de ferro” restaurou a soberania do Azerbaijão. No final do mês passado, as autoridades de origem armênia em Nagorno-Karabakh afirmaram que a região deixará de existir como uma república separatista autoproclamada no dia 1º de janeiro do próximo ano.

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