"inaceitável"

Brasil volta a atacar Israel no Tribunal de Haia

O posicionamento corrobora com as recentes opiniões do presidente Lula, que comparou as investidas israelenses em Gaza ao Holocausto

A diplomata brasileira Maria Clara de Paula Tusco declarou, no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda, que a ocupação da Faixa de Gaza por parte de Israel "não pode ser normalizada".
Diplomata Maria Clara de Paula Tusco discursa no Tribunal de Haia – Créditos: X/Reprodução

A diplomata brasileira Maria Clara de Paula Tusco declarou, no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda, que a ocupação da Faixa de Gaza por parte de Israel “não pode ser normalizada”. A fala corrobora com as recentes opiniões do presidente Lula, que comparou as investidas israelenses em Gaza ao Holocausto.

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“A ocupação de Israel dos Territórios Palestinos, persistente desde 1967 em violação ao direito internacional e a numerosas resoluções da Assembleia Geral da ONU e do Conselho de Segurança, não pode ser aceita, muito menos normalizada pela comunidade internacional”, argumentou.

A comissão do Itamaraty considera as ações “ilegais” e “inaceitáveis” e considera a guerra como um tipo de “anexação”. Para o Brasil, Haia deve denunciar os crimes que Israel vem cometendo durante o combate. “A ocupação viola o direito do povo palestino por autodeterminação”, disse o Governo.

Audiência em Haia

O ministro das Relações Exteriores da Palestina, Riyad al-Maliki, solicitou, na última segunda-feira (19), que as atividades militares israelenses em Gaza fossem declaradas ilegais e encerradas imediatamente. Ele afirmou que, por décadas, Israel pratica um apartheid contra os palestinos, com o intuito de impor “deslocamentos [forçados], subjugação ou morte”.

Al-Maliki reforçou os pontos apresentados pela África do Sul, em janeiro, quando protocolou um caso de genocídio palestino contra Israel. Entretanto, os dois casos não são correlacionados.

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Até o dia 26 de fevereiro, mais de 50 nações apresentarão seus pareceres sobre a crise humanitária que assola a Faixa de Gaza. Países como Estados Unidos, China e Rússia comparecerão. Por outro lado, Israel não mandou nenhum representante, mas enviará uma carta com suas posições.

Esta não é a primeira vez que as ações de Israel vão para Haia. Em 2004, o tribunal da ONU declarou que o muro que separava Israel e Cisjordânia violava direitos internacionais e ordenou que fosse demolido. Porém, nenhuma ação contundente foi tomada até hoje.

Embora o tribunal não possa obrigar Israel a tirar suas forças de Gaza, porém, segundo a própria corte, uma decisão rechaçante às atividades militares do país teria “grande peso e autoridade moral”.

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