Começou na manhã desta segunda-feira (22) a fase de apresentação de argumentos acusatórios e testemunhas no julgamento de Donald Trump. O ex-presidente dos Estados Unidos é réu de acusações de suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels em 2016, ano em que venceu as eleições presidenciais.
O caso também marca a primeira vez que um ex-presidente estadunidense passa por um julgamento criminal. Ao todo, são 34 acusações, cada uma passível de até quatro anos de prisão. Trump, que é o único candidato republicano concorrendo às eleições presidenciais de 2024, afirma que o processo é uma manobra dos democratas para impedi-lo de retornar à Casa Branca.
Ver essa foto no Instagram
Entenda as acusações
O promotor distrital de Manhattan Alvin Bragg responsabiliza o político por pagar US$130 mil (equivalente a R$660 mil) a Stormy Daniels através de uma conta de fachada em 2016. O motivo da transferência teria sido um caso extraconjugal ocorrido entre os dois em 2006.
A acusação não gira em torno da suposta traição de Trump (negada por ele até hoje), mas sim de como os pagamentos aconteceram. De acordo com a promotoria, o republicano classificou a transferência como uma remuneração ao seu advogado pessoal na época, Michael Cohen. Foi ele quem repassou o valor a Daniels.
Para os promotores, esse valor deveria ter sido oficializado como uma despesa de campanha, já que impediu o vazamento de uma informação que poderia atrapalhar seu desempenho político. Desta forma, o republicano é acusado de esconder o valor nos seus registros fiscais, além de não declarar um gasto de campanha. O processo também inclui uma suspeita de conspiração pelo envolvimento de outras pessoas.
Alvin Bragg, promotor distrital de Manhattan, diz que se trata de “uma conspiração para fraudar a eleição presidencial e mentir em documentos comerciais para encobri-la”.
O que diz a defesa?
Os adovgados de Trump afirmam que ele realizou os pagamentos porque estava sendo extorquido. Sua defesa tentou adiar os quatro processos contra o político, mas não conseguiu atrasar a acusação de fraude de campanha para depois das eleições deste ano.
Pensando nos resultados da corrida para presidente, o réu descreveu o caso como uma “interferência eleitoral” na entrada do tribunal.
A próxima fase do julgamento contará com a apresentação do caso ao júri, e deverá durar por volta de seis semanas. Em seguida, a primeira testemunha irá depor.