NOVA YORK

Por que o público não pode assistir ao julgamento de Donald Trump?

O juiz permitiu que fossem tiradas algumas fotos de Trump antes do início da primeira sessão. Além disso, foi autorizada a presença de um desenhista na sala

Trump
O estado de Nova York não permite que o julgamento de Trump seja transmitido – Crédito: Getty Images

Durante esta semana, o ex-presidente do Estados Unidos, Donald Trump, está sendo acusado de esconder contabilmente os pagamentos que fez em 2016, na reta final da campanha à presidência, à atriz pornô Stormy Daniels. A primeira sessão ocorreu nesta segunda-feira (15) e deve durar ao todo, seis semanas.

Publicidade

Entretanto, o público não terá acesso às imagens, vídeos ou áudios do julgamento. Isso se dá porque, a justiça de Nova York, onde o caso está sendo julgado, não permite a transmissão. Ainda assim, o juiz responsável, Juan Merchan, permitiu a presença de alguns jornalistas, mas eles não têm permissão para gravar ou fotografar. Além disso, foi liberada a presença de um desenhista na sala.

Contudo, o juiz consentiu que fossem tiradas algumas fotografias de Trump dentro do tribunal, porém isso aconteceu antes das sessões serem formalmente iniciadas. Ele também permitiu a transmissão em um circuito interno, que é feita em uma sala com monitor no prédio onde as sessões do julgamento acontecem.

Por que a transmissão foi proibida?

A restrição começou com um julgamento de grande repercussão, em 1935. Na época, fotógrafos usavam luzes de flash muito grandes e se aproximavam muito das testemunhas. Por isso, os tribunais de diversos estados começaram a restringir o registro de imagens. Logo após a TV ser inventada, advogados de defesa ficaram preocupados com a cobertura, que poderia prejudicar os seus clientes.

Publicidade

Ao longo do tempo, os governos foram se flexibilizando e a transparência foi sendo cada vez mais valorizada. Nesse sentido, muitos estados americanos passaram a permitir a presença da imprensa nos julgamentos. O estado de Nova York chegou a liberar, de forma experimental, entre 1987 e 1997, mas depois proibiu o registro.

Relembre as acusações de Trump

O ex-presidente está sendo julgado pelo suposto suborno da atriz pornô Stormy Daniels. A suspeita é que Trump teria tentado evitar que o relacionamento entre eles se tornasse público durante sua campanha à Casa Branca em 2016, disputada contra a ex-secretária de Estado americana Hilary Clinton, na qual saiu vencedor.

Segundo a Promotoria, o republicano realizou uma série de fraudes contábeis em sua empresa, a Organização Trump, com o objetivo de mascarar o pagamento de US$ 130 mil feito à atriz em troca do seu silêncio.

Publicidade

A quantia teria sido paga pelo seu então advogado, Michael Cohen, testemunha-chave do processo. Trump se declarou inocente de todas as 34 acusações das quais é réu e terá o desafio de se defender perante um júri popular de Nova York. Cada uma das acusações é punível com até quatro anos de prisão.

O magnata ainda afirma que é vítima de uma “caça às bruxas” dos democratas para impedi-lo de voltar à Casa Branca.

Sete jurados foram escolhidos para o julgamento

Os primeiros sete jurados para o julgamento criminal de Donald Trump envolvendo o pagamento de suborno a uma atriz pornô foram selecionados nesta terça-feira (16). Todavia, o processo de escolha do júri continua. No total, serão 12 jurados e mais seis suplentes.

Publicidade

Ainda assim, durante o processo de escolha dos jurados, dezenas foram descartados por imparcialidade. 60 dos 96 potenciais jurados declararam que não poderiam ser imparciais depois que o processo começou na tarde de segunda-feira.

De acordo com a BBC Brasil, o juiz começou dispensando os jurados que levantaram a mão para dizer que não podiam ser imparciais, restando cerca de 34 pessoas. Os que ficaram foram então interrogados com 42 perguntas do questionário do júri, incluindo sobre os seus hábitos de leitura de notícias, se tinham participado em quaisquer comícios de Trump ou lido algum dos livros do ex-presidente. Dezoito foram colocados aleatoriamente na bancada do júri e responderam ao questionário um por um.

Todos os jurados permanecerão anônimos devido à natureza sensível e de grande repercussão do caso, embora a equipe jurídica de Trump e os promotores conheçam suas identidades.

*sob supervisão de Tomaz Belluomini

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.