“Conan está morto”. A frase com o nome do cachorro falecido do atual presidente argentino, Javier Milei, está em cartazes fixados em ruas de Buenos Aires, próxima ao congresso. Há alguns, também, em La Plata.
O local escolhido, contudo, não é aleatório. É a zona que opositores de Milei estão se reunindo. No dia anterior à votação da Lei ônibus, por exemplo, vários desses cartazes apareceram nas paredes e rapidamente viralizaram nas redes.
Logo, as pessoas foram alimentando a curiosidade em torno do ‘cachorro fantasma’ de Milei. Por trás dele está uma história que combina o início do novo governo, uma das frases mais famosas de Nietzsche e a visão de um artista gráfico de La Plata.
O que diz o autor
“Eu queria Conan como ministro, fotografando dados do céu”, explica Máximo Cerdá , designer em Comunicação Visual e professor da Universidade Nacional de La Plata.
Para além do humor, o autor dos cartazes – que criou em conjunto com a gráfica “Cumbre” – aponta o que entende ser um dos traços do início do novo governo: “Como adversário há uma certa desilusão na promessa de Milei de ir contra as castas e acabar com um gabinete dominado pelo PRO. Por isso parafraseia Nietzsche: é o fim de uma ilusão, de uma crença, a desilusão da realidade volta para nos atingir na cara. É o fim de toda moralidade.”
A importância de Conan para Milei
Para Milei, os cães sempre tiveram importância fundamental em sua vida. No caso de Conan, todavia, a importância é ainda maior. Em seu livro “El Loco” (O Louco, em português), Milei conta a história de seu mastim e a profunda conexão entre os dois. Conan sofreu com problemas de saúde, antes de morrer em 2017. Entretanto, mesmo após seu falecimento, Javier afirma que ainda consegue se comunicar com o peludo.