A COP 28, 28ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), terminou nesta quarta-feira (13) sem medidas concretas sobre o que será feito para substituir o uso dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos. A transição energética foi, pela primeira vez, consenso no acordo negociado entre os 195 países na reunião; não foram apresentados, porém, compromissos de financiamento.
O documento final apontou a necessidade de uma transição energética para redução do uso combustíveis fósseis, mas não é mencionado como isso será feito e não é citado a eliminação em si, que é uma meta já acordada para 2050, data estipulada pela ONU para não ter mais emissões de gases de efeito estufa. O acordo propõe que seja triplicada a capacidade de energia renovável a nível mundial até 2030.
O texto convida os países a “adotar a transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de uma forma justa, ordenada e de forma equitativa, acelerando a ação nesta década crítica, de modo a atingir zero emissões líquidas até 2050 de acordo com a ciência”, e também “reconhece ainda a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas nas emissões de gases do efeito estufa em linha com trajetórias de 1,5°C”.
Em entrevista ao g1, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva ressaltou que irá fiscalizar e cobrar os países ricos: “Pela primeira vez nós tivemos aqui um resultado que considera uma trajetória para levar ao fim do uso de combustíveis fósseis. (…) Nós trabalhamos para que países em desenvolvimento e países ricos sejam todos eles comprometidos com essa responsabilidade comum”.
Também foi anunciado na COP28 um fundo de US$ 420 milhões para apoiar países afetados pelo aquecimento global. Especialistas consideram o valor baixo. Além disso, a conferência não estabeleceu medidas concretos de financiamento para adaptação e mitigação do fenômeno.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini