O Equador vive um momento tenso. Ao longo desta terça-feira (9), o país presenciou uma escalada nos atos violentos praticados por narcotraficantes, em o que está sendo denominada uma crise de segurança.
O presidente equatoriano, Daniel Noboa, após declarar estado de exceção, afirmou que o país vive uma situação de conflito armado interno. Os militares nacionais têm autorização para intervir contra as facções criminosas, que agora são consideradas organizações terroristas, além de poderem executar operações para “neutralizar” as atividades, “respeitando os direitos humanos”.
Fugas
A tensão escalou quando o chefe da facção Los Choneros, Adolfo Macias, o “Fito”, escapou da prisão, na segunda-feira (8). Ele cumpria 34 anos de prisão. Após o fato, o presidente do país decretou um estado de exceção como resposta.
Um dia depois, outro criminoso de alta periculosidade, Fabricio Colón Pico, um dos líderes do grupo de narcotráfico Los Lobos, também fugiu, segundo autoridades. Ele foi preso na última sexta-feira (5) pelo crime de sequestro e pelo suposto planejamento de assassinato da procuradora-geral do Equador.
Estado de exceção
A medida vale para todo o país e durará 60 dias. Um toque de recolher foi instaurado entre 23h e 5h do horário local. Estações de metrô da capital Quito e a sede da presidência contam com segurança reforçada.
A situação prisional também segue afetada pela recente crise. Na segunda-feira, detentos renderam guardas vigilantes. Em resposta, Noboa afirmou: “Não vamos negociar com terroristas nem descansaremos até devolvermos a paz aos equatorianos”. O presidente de apenas 36 anos chegou ao poder em novembro do ano passado, com a promessa de combate rígido ao tráfico e atividades de gangues, que vêm proliferando-se pelo país andino.
Presidente do Equador, Daniel Naboa, em anúncio de Estado de Emergência, seguindo os moldes de Bukele presidente de El Salvador. pic.twitter.com/2uDmxN2aG5
— Tuca (Arthur) (@tucabr54) January 9, 2024
Invasão a rede de televisão
O mundo chocou-se com as imagens divulgadas na noite desta terça-feira, que mostram traficantes armados fazendo jornalistas e funcionários da TC Televisión de refém durante uma transmissão de um jornal, em Guayaquil, maior cidade do país.
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A polícia do Equador conseguiu deter os criminosos. “Pelas informações que temos neste momento, a grande maioria dos funcionários já foi libertada”, disse Roberto Izurieta Canova, secretário-geral de Comunicações da Presidência do país, em suas redes sociais, também afirmando que o “primeiro objetivo é proteger a vida dos funcionários que ainda estão nas instalações”.