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Debate na Argentina: “Qual problema se eu não falar com Lula?”, questiona Milei

Massa protagonizou o primeiro bloco: surpreendeu Milei com um interrogatório sobre seus projetos mais polêmicos e o obrigou a confirmar que fechará o Banco Central e dolarizará a economia. No segundo bloco, acusações dos dois lados sobre as reformas e a relação com os empregadores

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(Crédito: Reprodução/Perfil.com)

Neste domingo (12), faltando uma semana para o segundo turno na Argentina, os dois candidatos à presidência se enfrentaram no último debate. Na disputa estão: Javier Milei, um populista que se define como libertário, e Sergio Massa, atual ministro da Economia, peronista, ou seja, um seguidor das políticas do ex-presidente Juan Domingo Perón.

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No debate, Milei seguiu defendendo as declarações polêmicas que marcaram sua campanha. Defendeu a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, adversária histórica dos argentinos por causa da Guerra das Malvinas, se contradisse sobre o corte de subsídios do governo e chegou a afirmar que brasileiros  da campanha do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva  editam  vídeos para postar nas redes sociais do adversário.

Massa perguntou ao rival de direita se, caso eleito, ele pretende manter relações com o Brasil e com a China – já que, anteriormente, havia informado que não iria manter relações com comunistas.

“Brasil e China: Você vai manter relações ou não? Porque você chamou de comunistas os dois presidentes”, questionou. Milei disse que as relações devem ser mantidas pelo setor privado e mencionou a rixa entre o atual presidente argentino, Alberto Fernández, e o ex-chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro (PL).

Você pertence a um governo em que o Alberto Fernández não falava com o Bolsonaro. Que problema tem em eu falar ou não com o Lula?”, rebateu Milei.

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Massa acusou Milei de ter “má memória” e lembrou que visitou Bolsonaro durante a pandemia, quando ainda era deputado. “Acho que o que você não está querendo dizer para as pessoas é que por preconceito ideológico, você vai deixar 2 milhões de argentinos [do setor agropecuário, portuário e automotor] sem trabalho. A ruptura do Mercosul, das relações com o Brasil e com a China, representam 2 milhões de empregos a menos e um impacto nas exportações argentinas de 28 bilhões de dólares. A política exterior não pode ser regida por caprichos, por ideologia, devem ser regidas pelo interesse nacional”, disse.

Milei afirmou que “acredita profundamente” na abertura do comércio internacional, mas que o Estado não tem porque interferir nas relações internacionais.

“O melhor exemplo do estorvo que o Estado causa é o que está acontecendo com o Mercosul, que não tem rua de saída, que está empacado, e não progride para nenhum lado. Diante dessas mentiras que dizem que eu sinalizo que não tem que comercializar com a China, com o Brasil, eu digo que é falso. Mas é uma questão dos privados, o Estado não tem que ficar se metendo, porque cada vez que o Estado se mete, gera corrupção e isso gera queda do bem-estar dos argentinos”, disse o libertário.

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Ponto pacífico

Em termos de segurança, durante o debate, Massa relembrou sua época como prefeito de Tigre. “É uma alegria muito grande porque o livro que conta o que fiz no Tigre tem prólogo de Rudolph Giuliani”, disse ele, em relação ao ex-prefeito da cidade americana de Nova York, que Milei admira.

Milei, por sua vez, respondeu: “Reconheço que o que você fez em relação à segurança no Tigre foi bom”.

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