clima de tensão

Após candidato ser assassinado, eleitores vão às urnas escolher novo presidente no Equador

O governo planejou um esquema de segurança com mais de 100 mil agentes para garantir a segurança no primeiro turno

Mais de 13 milhões de eleitores vão às urnas no Equador para eleger novo presidente, onze dias após o assassinato de um dos candidatos.
O esquema de segurança nacional no Equador incluiu as Forças Armadas e a Polícia Nacional. (Crédito: Henry Romero/Reuters via Agência Brasil)

Mais de 13 milhões de eleitores vão às urnas hoje (20) no Equador para eleger o substituto do presidente conservador Guillermo Lasso, que convocou eleições antecipadas para interromper o próprio processo de impeachment.

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Onze dias antes, o candidato à presidência Fernando Villavicencio foi assassinado. Ele levou três tiros na cabeça depois de sair de um encontro político na cidade de Quito. Ele estava em 5º lugar em uma pesquisa publicada no dia 8 de agosto. Uma facção criminosa do país, conhecida como “Los Lobos”, assumiu a autoria do assassinato.

O governo planejou um esquema de segurança com mais de 100 mil agentes para garantir a segurança no primeiro turno, incluindo as Forças Armadas e a Polícia Nacional.

Os demais candidatos se comprometeram a combater o crime e melhorar a economia do país, que passa por dificuldades, em meio ao aumento acentuado da violência atribuída a traficantes de drogas e problemas como o desemprego, que aumentaram a migração.

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O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) informou que o horário destinado para votar é das 7h às 17h, no horário local. Para votação no exterior, o horário será das 9h até às 19h (hora local do país em que o eleitor estiver).

Candidatos no Equador

Os candidatos, que reforçaram a segurança e mantiveram suas agendas limitadas desde o assassinato, estavam realizando comícios e outros eventos em todo o país.

Luisa González, protegida do ex-presidente Rafael Correa, liderava as pesquisas antes do assassinato de Villavicencio com cerca de 30% das intenções de voto. Não foram publicadas novas pesquisas desde então.

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Ela prometeu usar US$ 2,5 bilhões das reservas internacionais para sustentar a economia em dificuldades se for eleita e trazer de volta os programas sociais implementados por Correa — que já foi condenado por corrupção — durante seu período de uma década no poder.

Mão firme contra o crime, contra a violência e contra as gangues criminosas, mas uma mão solidária e de amor ao nosso povo“, disse González no comício de quarta-feira (16). E acrescentou: “Vamos assumir o controle do país. É hora de erguer a pátria com dignidade“.

Um candidato precisa obter 50% dos votos, ou 40% se estiver 10 pontos à frente de seu rival mais próximo, para ser eleito no primeiro turno. Caso contrário, um segundo turno ocorrerá no dia 15 de outubro.

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O candidato ambientalista indígena Yaku Perez ficou entre os cinco primeiros dos oito candidatos nas últimas pesquisas, e prometeu um “governo do povo” durante uma manifestação matinal em Quito. Já os candidatos empresários Otto Sonnenholzner e Jan Topic prometeram reativação econômica e segurança. Ambos planejaram comícios em Guayaquil, onde a violência é intensa.

O partido de Villavicencio tinha programado um memorial em Quito em homenagem ao candidato morto.

Seu substituto Christian Zurita, cuja candidatura foi oficialmente aprovada pelo conselho eleitoral, prometeu equipar melhor a polícia e consagrar protocolos de inteligência para combater o crime, utilizando empréstimos internacionais para fortalecer programas sociais.

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