Nesta quinta-feira (18), no terceiro dia do julgamento criminal do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dois jurados foram retirados do júri. Embora inicialmente selecionados, eles foram dispensados antes de participarem das deliberações.
Uma jurada solicitou sua saída após se sentir intimidada devido à divulgação pública de aspectos da sua identidade. “Neste momento, não acredito que posso ser imparcial e isenta e evitar que influências externas afetem minhas decisões no tribunal”, disse ela.
O juiz Juan Merchan se mostrou descontente com o ocorrido. Nesse sentido, ele solicitou à imprensa que não divulgue informações sobre os jurados em potencial. “Nós acabamos de perder o que provavelmente seria uma jurada muito boa”, acrescentou.
Pouco depois, os promotores descobriram que outro jurado não havia revelado que teve problemas legais anteriormente. Após questionamentos de Merchan, ele também foi dispensado do caso, embora os motivos não tenham sido explicitados.
Os dois jurados estavam entre os sete selecionados no início da semana. No total, serão escolhidos 12 jurados, e o processo de seleção, que continua hoje, pode se estender por mais de uma semana. Vale ressaltar que a atitude da jurada destacou a intensa pressão no primeiro julgamento criminal de um ex-presidente dos Estados Unidos.
Donald Trump tem atacado publicamente testemunhas, funcionários do tribunal e até mesmo seus familiares, o que levou o juiz, também alvo das críticas do ex-presidente, a emitir uma ordem parcial de silêncio contra ele.
Decisão sobre a formação do juri
Em suma, os potenciais jurados passam por um questionário de 42 perguntas. Ele é focado em avaliar sua capacidade de julgar um caso amplamente divulgado e politicamente carregado de forma justa e imparcial. O questionário também investiga os hábitos de leitura de jornais dos jurados e o seu uso de redes sociais.
Além disso, o juiz esclareceu que as identidades dos 12 jurados e seis suplentes serão mantidas em sigilo, exceto para Donald Trump, seus advogados e os promotores.
A próxima etapa do julgamento está programada para começar na segunda-feira (22). Nessa fase, as partes devem apresentar seus argumentos iniciais antes do início dos depoimentos das testemunhas. A previsão é que o julgamento se estenda por até oito semanas, o que tem gerado frustração em Trump, que precisa comparecer ao tribunal em vez de se dedicar à campanha política.
Em caso de condenação, Trump poderia enfrentar uma sentença de até quatro anos de prisão. Contudo, é necessário um veredicto unânime por parte do júri. Vale ressaltar que uma condenação não o impediria de ocupar o cargo. No entanto, metade dos eleitores independentes e um em cada quatro republicanos afirmam que não o apoiariam nas eleições caso ele fosse condenado.
The Judge is not on trial. The criminal defendant donald trump is. https://t.co/GQM8D9qcUN
— James R Us (@Jamesrus42) April 16, 2024
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini