24 de março

Em aniversário de golpe militar, Milei questiona 30 mil vítimas da ditadura na Argentina

O presidente argentino sugere que Mães da Praça de Maio ‘inventaram’ número de mortos pelos militares

Em segundo momento, o presidente Javier Milei abordou o conflito que acontece na Faixa de Gaza; As falas foram ditas em entrevista à CNN.
Javier Milei – Crédito: Perfil.com

No aniversário de 48 anos do golpe militar na Argentina (1976-1983), o Governo de Javier Milei divulgou vídeos questionando o número de mortos na ditadura que o país enfrentou. A publicação foi compartilhada no X pelo presidente argentino. Na publicação, do perfil da Casa Rosada, ele que pediu o que chama de “memória completa” do período “para que haja verdade e justiça”.

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O vídeo, portanto, foi batizado de “Dia da Memória pela Verdade e Justiça”. Tem formato de mini-documentário e foi produzido por Santiago Oría,  que é documentarista e um dos estrategistas do presidente.

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O vídeo começa com uma citação do autor tcheco Milan Kundera, mais conhecido pela obra “A insustentável leveza do ser”. Quando jovem,  foi filiado ao Partido Comunista; depois, virou um crítico feroz do sistema.

A vice-presidente argentina, filha de militares, Victoria Villaruel, seguiu a linha do governo publicando também o vídeo;  “Não eram 30 mil”, disse Villarruel, entoando o coro negacionista. Durante a campanha, a vice-presidente argentina se referiu às Mães da Praça de Maio como “mães de terroristas”.

‘Provocação’ de Milei

O gesto do governo em torno do tema foi interpretado por muitos, que foram às ruas, como uma ‘provocação’.

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Nesse sentido, o senador nacional e filho do desaparecido  Eduardo “Wado” de Pedro esteve presente na marcha do dia 24 de março e se manifestou contra o vídeo.“Diante dos discursos de ódio, diante dos discursos negacionistas, o povo argentino responde com mais memória, verdade e justiça”, disse.

O ex-secretário de Direitos Humanos  Horacio Pietragalla levantou a necessidade de  discutir e responder a estas provocações”  lançadas pelo  governo. “Além dessa afirmação do presidente e do seu vice, e se pensarmos nos momentos em que as discussões ocorreram anos atrás, há algo totalmente diferente que faz a diferença e faz com que essas discussões não tenham o mesmo peso. Devemos discutir e responder a essas provocações, mas não ficar nervosos.”

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