ZOOLÓGICO NA SUÉCIA

Golfinho morre sufocado por algas de plástico e gera protestos

De acordo com o Dolphin Project, mais de 60 golfinhos morreram no Zoológico de Kolmården desde 1969

De acordo com o Dolphin Project, mais de 60 aimais morreram no Zoológico de Kolmården desde 1969, a última sendo a golfinho Nephele.
Golfinho morre sufocado por algas de plástico e gera protestos – Créditos: Reprodução/ Instagram

Nephele, a golfinho-nariz-de-garrafa fêmea mais velha do Zoológico de Kolmården, na Suécia, morreu sufocada com algas artificiais, que ficaram presas em sua garganta. Ela tinha mais de 40 anos. A fundação sueca Animalkind informou que o acidente aconteceu em janeiro, mas tomou maior notoriedade depois da organização de protestos, feitos por ativistas dos direitos animais do país.

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A necropsia da golfinho foi revelada no início deste mês e revelou que a respiração de Nephele foi obstruída através da ingestão de um pedaço de alga artificial, que decorava o aquário em que vivia. De acordo com o Dolphin Project, organização sem fins lucrativos de ativismo animal, mais de 60 golfinhos morreram no Zoológico de Kolmården desde 1969, quando a exposição Marine World foi inaugurada.

Até o dia 15 de janeiro, Nephele estava saudável, quando começou a nadar de maneira incomum e apresentar desconforto. Depois, afundou na piscina e morreu.

O que dizem os responsáveis?

Em entrevista ao jornal sueco Aftonbladet, Bim Boijsen, o veterinário-chefe do zoológico, afirmou que o incidente entristeceu-o. “O que aconteceu é muito lamentável. Estamos profundamente tristes com a morte de Nephele. Foi um processo rápido. Quando o veterinário chegou ao local, ela já havia falecido. Isso é muito triste. Nephele era um golfinho muito querido“.

Ele também explicou que as algas que mataram a golfinho são parte da iniciativa do local para que o aquário fosse mais dinâmico, oferecendo estímulos aos animais. Já Daniel Rolke, presidente da fundação Animalkind, explicou a trajetória de Nephele até as instalações suecas.

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Em 1994, Kolmården comprou duas fêmeas de golfinhos capturadas na natureza, chamadas Cindy e Mandy, do Zoológico de Hagenback, na Alemanha. A compra foi controversa e, a princípio, a Agência Sueca de Proteção Ambiental recusou-se a permitir que eles fossem importados para a Suécia, pois os golfinhos-nariz-de-garrafa estavam na lista do Apêndice II da CITES, o que significava que só poderiam ser importados do país onde nasceram. Cindy e Mandy, que tinham nove anos na época, foram capturadas na Flórida, Estados Unidos, em 1989. Kolmården apresentou um novo pedido, no qual afirmavam que fariam “pesquisas” nos golfinhos para evitar ainda receber outra rejeição. Assim, Cindy e Mandy foram importadas apesar dos fortes protestos, e quando chegaram à Suécia, Kolmården as renomeou para Nephele e Delphi para fazer as pessoas esquecerem a conexão. Delphi morreu no Zoológico de Kolmården em 2007, durante um parto. E agora Nephele também se foi.

Toda a situação gerou diversos protestos contra a exposição dos golfinhos no zoológico. Confira:

 

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Em 2022, o zoológico havia anunciado que fecharia esta exposição, mas a medida até o momento não foi cumprida. Mesmo com a morte de Nephele, onze animais seguem nas instalações.

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

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