política externa

Governo brasileiro é criticado por não condenar ataque do Irã

Irã lançou mísseis em Israel no último sábado (13); Itamaraty divulgou uma nota sem condenar abertamente o ataque

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Intermediações do governo brasileiro geraram desgastes em conflitos internacionais – Créditos: Reprodução

Após se manifestar sobre o ataque do Irã contra Israel, o governo brasileiro foi criticado por entidades judaicas por causa do seu posicionamento. Entretanto, bastidores diplomáticos indicam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve realizar comentários contundentes sobre as tensões geopolíticas em um futuro próximo.

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No último sábado (13), o Ministério das Relações Exteriores emitiu um comunicado sobre a situação, expressando a “grave preocupação” do governo com os “relatos de envio de drones e mísseis”. O texto também enfatizou a necessidade “máxima contenção” dos conflitos para evitar “uma escalada” na violência. A nota divulgada não condenou diretamente o ataque iraniano.

Críticas ao governo

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, compartilhou sua decepção com a atitude do Itamaraty em uma entrevista à CNN. “Eu procurei, mas não achei um tipo de condenação, infelizmente. Fiquei muito desapontado. Acho que quando há este tipo de ataque, e o Brasil aceita isso, ou pelo menos não condena, como disse, fiquei muito desapontado que isso não aconteceu. Espero que não vamos ter que continuar com este tipo de mensagens”, disse.

Similarmente, o Instituto Brasil-Israel (IBI) considera que o presidente não condenou uma ação “flagrantemente ilegal”. No seu comunicado, o instituto citou países que criticaram o ataque, como França, Reino Unido e Estados Unidos.

Outra instituição que criticou a postura de Lula foi a Confederação Israelita do Brasil (Conib),  classificando o posicionamento do governo como “lamentável” e contrário ao “mundo democrático”. A Conib ainda escreveu que a política externa atual do Brasil se afastou da “linha diplomática histórica de condenar agressões desse tipo”.

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Os assessores internacionais e políticos de Lula o aconselharam a manter do conflito entre Israel e Irã, de acordo com a CNN.

A recomendação de uma neutralidade veio após o desgaste gerado pelo presidente ao tentar mediar a guerra entre Rússia e Ucrânia. O mesmo aconteceu com Israel e Hamas, apesar das boas intenções do político.

Como consequência da fadiga política interna, o eleitorado evangélico passou a rejeitar Lula mais ainda. Essa circunstância dificulta a aprovação de projetos de lei e demais medidas instituídas pelo presidente.

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Assim, é provável que o petista faça falas genéricas e deixe a diplomacia brasileira encarregada de divulgar notas e responder questionamentos.

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