desespero

“Graças a Deus tinha o mar pra gente se jogar”, diz brasileira que perdeu a casa em incêndio no Havaí

Ana Carolina Penedo não conseguiu sair a tempo da cidade de Lahaina junto com sua mãe, e as duas acabaram ficando presas em meio ao fogo

Brasileira relatou as horas de desespero que vivenciou ao lado da mãe enquanto tentavam fugir das chamas de incêndios florestais no Havaí.
(Crédito: Reprodução/Instagram)

Casa, carro, itens pessoais e história – foi tudo que Ana Carolina Penedo perdeu para as chamas durante os incêndios florestais que tomaram a ilha de Maui, no Havaí, durante a semana passada. A brasileira, moradora dos Estados Unidos, relatou em sua conta no Instagram as horas de desespero que vivenciou ao lado da mãe enquanto tentavam fugir das chamas.

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O pânico se instalou na quinta-feira (10). Ela conta que não conseguiu sair a tempo da cidade de Lahaina junto com sua mãe, e as duas acabaram ficando presas em meio ao fogo. Para se manterem em segurança, precisaram buscar refúgio no mar, porém, com um agravante: a mãe de Ana não sabia nadar.

A gente está bem agora, mas muito abalada emocionalmente Minha mãe não sabe nadar, então não foi uma coisa tranquila. A gente entrou no mar por volta de umas 4 horas da tarde [de quinta-feira], e tinham umas pedras, então a gente ficava entre o mar e as pedras. A gente foi resgatada pelos bombeiros por volta de 3 horas da manhã [de sexta]“, revela.

A brasileira ficou sem sinal em seu celular desde as 6h da quinta-feira, e a energia elétrica de casa também havia acabado. Ana e a mãe não receberam informações sobre o que estava sendo feito para retirar os habitantes da ilha. “Não teve um alarme nem um plano de evacuação eficiente, foi aterrorizante. Tive que abandonar meu carro na rua, porque o fogo começou a chegar, mas graças a Deus tinha o mar pra gente se jogar“, lembra Ana.

Os incêndios, alimentados pelos fortes ventos do furacão Dora, que passou ao sul, atingiram a ilha de Maui de surpresa, deixando para trás carros carbonizados em ruas movimentadas e pilhas fumegantes de escombros onde ficavam prédios históricos. A fumaça é outro fator que complica ainda mais o deslocamento dos habitantes e turistas.

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Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, os atuais incêndios florestais se agravaram devido a uma combinação de fatores: vegetação seca, ventos fortes e baixa umidade. O furacão Dora também piorou as chamas em todo o estado, e ainda ventos fortes e alertas de possíveis tempestades em vigor.

A única coisa que eu consegui salvar foi o meu passaporte e a roupa que eu estou vestindo. Meu carro, celular, carteira, identidade, computador, toda a vida, móveis, tudo [se foi]“, lamentou a brasileira. “Em muitos momentos, não sabia se a gente ia conseguir se salvar. Muita gente foi retirada do mar sem vida. O número de pessoas mortas ainda está longe de ser final“.

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