Após quase três meses de protestos pela morte da jovem curda Mahsa Amini, o Irã anunciou neste sábado (3) o fim da polícia da moralidade. Segundo informações do jornalista Siavosh Ghazi, da RFI no Teerã, o anúncio foi feito pelo procurador-geral do país, Hojatolislam Mohammad Jafar Montazari.
“As mesmas pessoas que criaram a polícia da moralidade a desmantelaram”, anunciou o procurador-geral. Desde sua criação em 2005, a polícia da moralidade tem suas ações criticadas pela população. As duras críticas são, principalmente, por conta da violência adotada contra mulheres que não se vestiam adequadamente conforme os costumes do país.
As manifestações que levaram ao fim da polícia da moralidade no Irã começaram em setembro após a morte de uma jovem curda. Quando morreu, Mahsa Amini, de 22 anos, estava sob custódia da polícia por não usar adequadamente o véu islâmico.
De acordo com informações de Siavosh Ghazi, o Ministério do Interior iraniano também informou neste sábado (3) que mais de 300 mortes foram confirmadas desde o início das manifestações. Membros de forças de segurança, manifestantes e membros de grupos classificados como contrarrevolucionários são as vítimas da violência nos protestos.
Recentemente, as manifestações no Irã ganharam espaço na mídia internacional, chamando a atenção dos olhos do mundo para os desafios presentes no país.
De acordo c/algumas fontes, o Irã acabou de abolir a “polícia da moralidade”. É uma força policial c/a missão de garantir “os bons costumes islâmicos”. A jovem Mahsa Amini morreu enquanto estava sob custódia dessa polícia, iniciando gigantescos protestos no Irã. pic.twitter.com/Aouk7uwErl
— Hoje no Mundo Militar (@hoje_no) December 4, 2022