Israel fez a aprovação da reabertura da passagem de Erez, localizada no norte da Faixa de Gaza, e da utilização temporária do porto de Ashdod, no sul israelense, para o envio de assistência ao enclave. Essa decisão veio após uma conversa com Joe Biden. O presidente norte-americano exigiu a implementação de ações concretas para reduzir o sofrimento dos civis no território palestino, visando a chegada de ajuda humanitária em Gaza.
Em resumo, nesta quinta-feira (4), em conversa com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, Biden condicionou o apoio a Tel Aviv à necessidade de uma mudança de postura. Ele também solicitou um cessar-fogo imediato para trazer estabilidade à região, proteger civis e lidar com a crise humanitária.
A pressão sobre Israel aumentou quando, no início da semana, houve um ataque a um comboio da WCK (World Central Kitchen), uma ONG que distribui alimentos. Como resultado do ataque, sete trabalhadores humanitários morreram. Em meio a essa pressão, além das medidas mencionadas, o gabinete israelense também aprovou o aumento da assistência da Jordânia por meio da passagem de Kerem Shalom.
A escolha de retomar as atividades na passagem de Erez, que costumava ser a principal ligação entre Israel e a região norte do enclave, representou uma alteração importante. Israel vinha negando as solicitações para ampliar as passagens desde que implementaram bloqueios no território palestino.
🚨 Erez crossing into northern #Gaza is reportedly opening
Erez needs to remain open, w/out restrictions on aid, for an aid scale up & famine response.
This is what’s possible when US pressure is applied. This needs to be only the start of a major change in Israel’s approach. https://t.co/uIEFwEMfab
— Anastasia Moran (@AnastasiaSMoran) April 4, 2024
Repercussão da reabertura para entrada de ajuda humanitária em Gaza
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, aprovou a decisão. No entanto, ele salientou que o impacto da medida deve ficar sob observação. “A prova estará nos resultados, e veremos isso se desdobrar nos próximos dias”, declarou ele.
Já a UNRWA, agência da ONU, também expressou satisfação com a retomada das passagens, mas enfatizou que os esforços devem ser maiores. Vale ressaltar que Israel proibiu a UNRWA de ajudar Gaza com alimentos.
“O relógio está correndo rapidamente em direção à fome e a agência deve ser autorizada a fazer seu trabalho e chegar ao norte regularmente com suprimentos de alimentos e nutrição”, comunicou a agência.
Basem Naim, alto funcionário do Hamas, declarou que Netanyahu fez o mínimo. “Estamos preocupados com a possibilidade de que o anúncio israelense possa ser apenas uma estratégia para confundir e, uma vez que a implementação comece, Israel invente pretextos para adiar ou suspender o processo”, afirmou.
* Sob supervisão de Lilian Coelho