
O governo da Itália vêm estudando formas de poder ajudar os refugiados da guerra da Ucrânia, uma das possibilidades é utilizar imóveis confiscados da máfia para abrigar essas pessoas.
Luciana Lamorgese, ministra do Interior, foi quem revelou o projeto em meio ao crescente número de ucranianos que chegam em território italiano por causa da invasão promovida pela Rússia.
“Pedi um levantamento dos imóveis confiscados da criminalidade organizada que poderiam ser imediatamente destinados aos deslocados. Entre apartamentos e estruturas hoteleiras, já foram identificados 283 bens que poderiam ser utilizados após as verificações necessárias”, declarou Lamorgese ao jornal Corriere della Sera.
De acordo com a ministra, o governo vai fazer um levantamento de imóveis confiscados da máfia e já destinados às prefeituras, mas que ainda não estão sendo utilizados. “Seremos capazes de gerir uma crise humanitária sem precedentes”, garantiu. Quase 28 mil ucranianos, até a última quinta-feira (10), já haviam chegado na Itália desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, sobretudo mulheres e crianças.
Cerca de 67 mil deslocados internacionais desembarcaram no país via Mediterrâneo em 2021 inteiro. Em 2022, o número de migrantes forçados que entraram na Itália pela via marítima é de 6 mil, de acordo com o Ministério do Interior, quase cinco vezes menos que o total de ucranianos. Até agora, a guerra na Ucrânia já gerou mais de 2,5 milhões de refugiados, sendo que o principal país de destino está sendo a Polônia, que já recebeu 1,5 milhão de pessoas.
Em duas semanas há tantos refugiados ucranianos como em oito anos de crise migratória em Itália, Grécia, Espanha, Malta e Chipre. São mais de dois milhões de pessoas, sobretudo mulheres e crianças. Hoje as portas estão abertas – e bem – para acolher todas estas pessoas (1/3) pic.twitter.com/uGvmpNCCIc
— André Carvalho Ramos (@acarvalhoramos) March 11, 2022