A Itália observa com pesar o octogésimo aniversário de um dos episódios mais sombrios de sua história, o ataque perpetrado pelas forças nazifascistas no Gueto de Roma em 16 de outubro de 1943.
O evento marcou um dos capítulos mais trágicos do país, e a nação lembra as 1.259 vidas afetadas por essa atrocidade, incluindo 689 mulheres, 363 homens e 207 crianças, forçados a abandonar seus lares para serem deportados para campos de concentração e extermínio. O trágico saldo final da guerra foi de apenas 16 sobreviventes, sendo 15 homens e uma mulher, Settimia Spizzichino, que faleceu em 2000.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que em um passado distante expressou simpatia por Benito Mussolini, o líder fascista responsável pelas deportações de judeus na Itália, enfatizou a importância de lembrar esse episódio sombrio da história italiana.
“Uma atrocidade que marcou para sempre a história do povo italiano e que deve servir de alerta para que nada semelhante volte a acontecer, mesmo sob outros disfarces”.
Ela qualificou o evento ocorrido há 80 anos como “um dos crimes mais hediondos da história italiana”, no qual “os nazistas, com a cumplicidade do regime fascista, desencadearam uma caçada humana cruel na capital”.
Em respeito à data, a líder italiana recebeu o presidente da Comunidade Judaica de Roma, Victor Fadlun, na sede do governo em Roma. Além disso, o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, prestou homenagem depositando uma coroa de flores na Sinagoga de Roma. Ele enfatizou que “passaram-se 80 anos desde a cruel prisão dos judeus no gueto de Roma”, uma tragédia que deixou “uma ferida profunda na história de nossa cidade e de todo o país”.