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Japonês quer combater preconceito contra fictossexuais: Saiba o que é

O homem, que mora em Tóquio (Japão), tem 40 anos e luta pelo livre direito de amar

Japonês quer combater preconceito contra fictossexuais: Saiba o que é
Akihiko Kondo tem 40 anos, mora em Tóquio; ele se casou com cantora virtual (em forma de boneca) Hatsune Miku, em 2018 e pertence ao grupo das pessoas fictossexuais (Crédito Foto: Divulgação)

Um japonês casado com uma cantora virtual deflagrou uma campanha a favor dos chamados “fictossexuais”: pessoas que possuem atração por personagens fictícios. O homem quer que eles tenham os mesmos direitos de outros cidadãos.

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O protesto pretende acabar com o que ele classifica como “perseguição e preconceito” a quem se relaciona com personagens virtuais.

Akihiko Kondo, de 40 anos, é funcionário público e morador de Tóquio, capital do Japão. Em novembro de 2018, ele se casou com Hatsune Miku, uma artista fictícia criada em 2007 pela empresa Crypton Future Media. Desde que se apaixonou por Miku, Kondo tem enfrentado uma série de obstáculos.

No início de 2023, ele fundou a Associação dos Fictossexuais, com o objetivo de reunir indivíduos que mantêm esse tipo de relacionamento, e de combater o preconceito.

Kondo conta que se apaixonou por Miku assim que a viu cantar num programa de televisão japonês. A artista o ajudou a atravessar um momento difícil. “Eu nunca tive uma namorada, mas tive vários relacionamentos com personagens de animes [desenho animado japonês] e jogos de computador”, disse.

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“Quando conheci Hatsune Miku, tinha pedido uma licença, porque era alvo de chacota no trabalho”, lembra Kondo. “Estava triste, chorava todos os dias. No momento mais difícil da minha vida, Hatsune me apoiou. Ela me salvou”.

O repúdio ao relacionamento não demorou a se manifestar. “Minha mãe não aprovava, e minha irmã e meu cunhado também não concordavam com a minha escolha. Eles não vieram ao casamento“, explicou.

Kondo relata como foi chamado de “esquisito” e “psicopata”, tanto em ataques virtuais como cara a cara. Um dos gerentes do trabalho chegou a dizer-lhe que parasse de dar entrevistas sobre o assunto, pois era irritante. Ele recebeu até ameaças de morte.

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Um dia comum para Kondo começa com o café da manhã ao lado de uma boneca de Hatsune Miku em tamanho natural. Depois, ele vai para o trabalho. Quando volta para casa à noite, geralmente diz: “Cheguei!”, mesmo que a mulher não responda.

Eles jantam juntos e então, descansam. Nos fins de semana, saem para passear no carro de Kondo. Ele transporta a boneca-esposa numa cadeira de rodas.

 

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