GUERRA

Líbano alega uso de fósforo branco em ataque israelense

Cerca de 10 pessoas perderam a vida nos bombardeios, entre elas, profissionais de resgate e paramédicos

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Destruição no Líbano – Crédito: Getty Images

A recente escalada de violência em Beirute trouxe à tona a devastação causada pelo uso de fósforo branco. O bairro de Al-Bashoura, situado próximo ao coração da capital libanesa, foi palco de ataques que deixaram a população em estado de choque. Ahmad, morador local, relembra à Folha de São Paulo o terrível odor ácido que preenchia o ar, dificultando a respiração e causando uma sensação de sufocamento.

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Cerca de 10 pessoas perderam a vida nos bombardeios, entre elas, profissionais de resgate e paramédicos. A denúncia visa o uso de fósforo branco, uma substância tão letal que seu emprego contra civis em áreas densamente habitadas é proibido por leis internacionais. A sensação de insegurança aumenta entre os libaneses, que recordam conflitos passados e procuram desesperadamente entender o porquê de serem novamente alvos dessa prática.

O que torna o fósforo branco tão perigoso?

O fósforo branco é conhecido por sua capacidade de criar uma cortina de fumaça em operações militares, mas seus efeitos em contato com o corpo humano são terríveis. Segundo o médico toxicologista Tharwat Zahran, à Folha de São Paulo, as queimaduras provocadas são de segundo e terceiro grau, podendo inclusive levar à necrose dos tecidos. Além disso, a inalação pode causar dificuldades respiratórias graves, necessitando de tratamentos hospitalares e ventilação assistida.

Ibrahim, outro residente de Al-Bashoura, descreve à Folha de Sâo Paulo o pesadelo vivido quando uma luz intensa passou sobre sua cabeça, seguida de uma explosão que o atirou ao solo. Esses relatos evidenciam a natureza avassaladora do ataque, que deixou os habitantes com medo de novas investidas.

Os habitantes de Beirute, já acostumados a viver sob a ameaça de conflitos, encontram-se em um estado de alerta constante. A lembrança da “Guerra dos 34 dias”, ocorrida em 2006, está viva na memória de muitos. Nesse período, o fósforo branco também foi utilizado, deixando um rastro de destruição e uma população traumatizada.

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