O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta quarta-feira (2) que a presença dos Estados Unidos e de “certos países” europeus no Oriente Médio é a raiz dos problemas na região. Em seu discurso, Khamenei afirmou que conflitos desapareceriam se essas nações cessassem suas ações.
Em um encontro com representantes da elite iraniana e estudantes de destaque em Teerã, o aiatolá enfatizou que a interferência ocidental impede que os países do Oriente Médio convivam em paz e segurança. Para ele, a retirada americana e europeia seria fundamental para a estabilidade regional.
Do que o Oriente Médio realmente precisa?
Para Khamenei, a cultura e os valores locais são suficientes para a governança e convivência pacífica entre os países do Oriente Médio. Ele sugere que a retirada de influências externas permitiria um diálogo genuíno entre as nações da região.
O líder iraniano criticou o Ocidente, acusando-o de provocar instabilidade e conflitos. Segundo ele, exemplos históricos, como a atuação de Saddam Hussein, ilustram como as ações ocidentais têm gerado consequências amargas para a região.
Ao citar o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, Khamenei relembrou a Guerra Irã-Iraque nos anos 1980, quando os EUA apoiaram Saddam. Posteriormente, ele foi acusado de terrorismo pelos americanos e acabou capturado e enforcado em 2006.
O aiatolá ainda lamentou a morte de Sayyed Hasan Nasrallah, líder do Hezbollah, vítima de um bombardeio israelense no Líbano. Segundo ele, a perda de Nasrallah foi profundamente sentida e ele fará mais comentários sobre o ocorrido em breve.
Irã lança mísseis contra Israel
Na terça-feira (1º), o Irã lançou cerca de 200 mísseis em direção a Israel. Fontes israelenses confirmaram que algumas dessas armas atingiram cidades, enquanto muitas foram interceptadas. Explosões foram ouvidas em Tel Aviv e Jerusalém.
A Guarda Revolucionária do Irã afirmou que o ataque foi uma resposta à morte do líder do Hezbollah. Além disso, sete pessoas foram mortas em um ataque a tiros em Jaffa, no sul de Tel Aviv, e a polícia israelense classificou o incidente como um “ataque terrorista“.
A presença ocidental no Oriente Médio tem gerado diversas discussões e controvérsias. Alguns sugerem que a intervenção trouxe avanços em infraestrutura e sistema de governança, enquanto outros, como Khamenei, afirmam que essas ações têm sido prejudiciais.
O debate sobre a retirada das forças ocidentais da região ainda está longe de chegar a um consenso. Continuaremos acompanhando os desdobramentos das tensões no Oriente Médio e as repercussões das declarações de Ali Khamenei.