Na última semana as Forças de Defesa de Israel (FDI) realizaram uma operação no Hospital Kamal Adwan, em Gaza, durante oito dias. O governo israelense alega que o local está sendo usado como centro de comando e controle do Hamas.
Acontece que, de acordo com as alegações de funcionários e pacientes, crimes de guerra por parte dos militares de Israel ocorreram no hospital. As testemunhas afirmam que os soldados destruíram os corpos de pacientes mortos com escavadeiras, deixaram um cão militar atacar um homem em uma cadeira de rodas e atiraram em vários médicos.
O chefe dos serviços pediátricos do hospital, Hossam Abu Safiya, disse em entrevista que os “soldados desenterraram as sepulturas e arrastaram os corpos com escavadoras, depois esmagaram os corpos com as maquina”. Chocado, o médico pontuou: “Eu nunca vi tal coisa antes.”
A enfermeira, Asmaa Tanteesh, apoiou o médico e disse à CNN: “Os corpos lá fora, no pátio, foram arados diante dos nossos olhos. O tempo todo, estávamos gritando e berrando com eles, mas nossos gritos chegavam em ouvidos surdos.”
Alegação de Israel
A FDI afirma que o Hamas esconde infraestruturas terroristas dentro e em volta de instituições civis em Gaza e que atingi-las é essencial. Em nota oficial eles falaram sobre a operação no hospital: “As tropas detiveram 80 terroristas, alguns dos quais participaram do atroz massacre de 7 de outubro”.
Nesta semana, eles publicaram um vídeo mostrando o interrogatório do diretor do hospital e uma declaração anexa dizendo que ele admitiu que o local estava sendo usado para fins militares. De acordo com o médico Abu Safiya, os presos eram civis e profissionais da área médica e o hospital apenas prestava atendimento às vítimas.