Abril de 2024 marcou o décimo primeiro mês consecutivo de recordes de calor na Terra, segundo cientistas do observatório europeu Copernicus. O dado considera a temperatura média do ar do nosso planeta.
Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), disse em comunicado que o fenômeno climático El Niño atingiu seu pico no início do ano. Ele explicou que por isso só agora as temperaturas da superfície do mar no leste do Pacífico tropical estão voltando às condições neutras.
O especialista também fez um alerta: “Enquanto as variações de temperatura associadas a ciclos naturais como o El Niño vêm e vão, a energia extra retida nos oceanos e na atmosfera pelo aumento das concentrações de gases de efeito estufa continuará empurrando a temperatura global em direção a novos recordes“.
Segundo o observatório, abril de 2024 registrou a temperatura média do ar de superfície mais alta já registrada globalmente, atingindo 15,03°C. Isso representa um aumento de 0,61°C em relação à média de abril de 1991-2020 e 0,14°C acima do recorde anterior, em fevereiro de 2016.
Calor evidencia emergência climática
Desde junho de 2023, a tendência tem sido de registrar um mês mais quente do que o anterior, um indicativo preocupante que evidencia a existência de uma emergência climática.
Além disso, a temperatura média global nos últimos doze meses (de maio de 2023 a abril de 2024) é a mais alta já registrada, com um aumento de 0,73°C em relação à média de 1991-2020 e 1,61°C acima da média pré-industrial de 1850-1900.
No que diz respeito aos oceanos, segundo o observatório europeu, a temperatura média da superfície do mar global em abril atingiu 21,04°C, o valor mais alto já registrado para este mês.
Este é o décimo terceiro mês consecutivo em que a temperatura da superfície do mar tem sido a mais quente nos registros de dados do Copernicus para o respectivo mês do ano.