Nesta quinta-feira (7), o Hamas declarou que sua equipe já deixou o Cairo, no Egito. No entanto, as negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza vão continuar na próxima semana até que um acordo seja alcançado com Israel. O grupo palestino afirma que Israel frustrou as tentativas dos mediadores de chegar a um acordo antes do mês sagrado muçulmano do Ramadã.
“A delegação do Hamas deixou o Cairo esta manhã para consultar a liderança do movimento, com negociações e esforços continuando para parar a agressão, devolver os deslocados e trazer ajuda humanitária ao nosso povo”, comunicou o Hamas.
As negociações de cessar-fogo chegaram a quatro dias no Egito. Sami Abu Zuhri, representante de alto escalão do Hamas, mencionou que Israel estava rejeitando as demandas do Hamas para encerrar sua ofensiva no enclave, retirar suas forças e garantir a livre entrada de ajuda humanitária, além do retorno das pessoas deslocadas. Israel ainda não fez nenhum comentário sobre tais declarações.
Vale ressaltar que Israel não enviou delegação para essas recentes negociações. Nelas, representantes do Hamas, Qatar e Egito tentaram garantir um cessar-fogo de 40 dias a tempo para o Ramadã, que começa na próxima semana. O acordo proposto envolve a troca de reféns detidos pelo Hamas e outros grupos palestinos em Gaza por palestinos detidos em prisões israelenses.
O impasse das negociações de cessar-fogo
“Esta rodada de negociações foi concluída sem uma resposta ou solução substancial para um cessar-fogo ou uma pausa nos combates.”, resumiu Hamdah Salhut, da Al Jazeera. “Vale a pena mencionar que os próprios israelenses optaram por não enviar a sua própria delegação ao Cairo para esta ronda de conversações porque esperavam receber uma lista de nomes de todos os cativos que estão vivos e atualmente detidos em Gaza”, acrescentou.
Quanto a exigência de Israel, o Hamas declarou que é impossível sem um cessar-fogo, uma vez que os cativos estão espalhados pela zona de guerra. Além disso, o grupo armado concordou em continuar as negociações, porém, as partes precisam estabelecer uma pausa antes da libertação dos cativos, as forças israelenses devem sair de Gaza e os residentes devem poder regressar às suas casas de origem.
Por fim, de acordo com Salhut, relatos apontaram que haveria outra rodada de negociações na próxima semana. Apesar do impasse, os Estados Unidos declararam, nesta quarta-feira (6), que um acordo ainda é possível.
World leaders must urgently step up pressure on warring parties to reach an immediate ceasefire. A ceasefire is the most effective way to protect civilians, prevent further loss of lives, alleviate the humanitarian catastrophe in Gaza & help secure the return of civilian hostages pic.twitter.com/yQpYoVzurM
— Amnesty International (@amnesty) March 7, 2024
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini