O deserto do Saara, famoso por suas vastas e áridas extensões, foi palco de um fenômeno climático raro nas últimas semanas. Uma chuva torrencial, causada por um ciclone extratropical, mudou temporariamente a face do deserto, formando lagos e causando inundações em áreas normalmente secas.
Esse evento meteorológico atípico impactou áreas do Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia, associadas a pouca ou nenhuma precipitação anual. O ciclone trouxe uma quantidade de chuva extraordinária, algo que não era visto há décadas nessas regiões.
Qual o impacto do ciclone sobre o Oceano Atlântico nas áreas áridas?
O ciclone, que se formou sobre o Oceano Atlântico, foi responsável por puxar a umidade da África equatorial para o Norte do Saara. Este evento, segundo Moshe Armon, professor do Instituto de Ciências da Terra da Universidade Hebraica de Jerusalém, se destaca por sua raridade e intensidade de precipitação na região.
Áreas normalmente áridas enfrentaram uma verdadeira transformação com a chegada da chuva. Em algumas regiões afetadas, o acumulado chegou a mais de 200 milímetros, uma quantidade que representa quase um ano de precipitação para essas localidades.
Como a chuva torrencial afetou as comunidades locais?
Embora grande parte da precipitação tenha ocorrido em áreas pouco povoadas, várias aldeias no Marrocos não escaparam dos efeitos das chuvas intensas. As inundações interromperam o fornecimento de eletricidade e água, além de causar danos significativos às infraestruturas locais.
- Estradas danificadas
- Interrupção no fornecimento de água e eletricidade
- Destruição de moradias e áreas cultiváveis
Os habitantes dessas áreas enfrentam agora o desafio de reconstruir e reparar os danos causados pelo evento climático extremo.
Como as chuvas torrenciais afetaram áreas desertas?
Uma das consequências surpreendentes das chuvas torrenciais foi a formação de lagos temporários em áreas normalmente desertas. Satélites da NASA, através do MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer), capturaram imagens de vários lagos recém-formados, incluindo um no Parque Nacional Iriqui, no Marrocos.
Um dos lagos observados de perto é o Sebkha el Melah, uma planície de sal no centro da Argélia. Segundo Armon e seus colegas, eventos de chuva como este são extremamente raros, ocorrendo apenas seis vezes nas últimas duas décadas.
Por que os dados IMERG são cruciais para monitorar o Saara?
Os dados fornecidos pelo IMERG (Integrated Multi-Satellite Retrievals for GPM) da NASA são vitais para a análise da precipitação no Saara. Devido à escassez de estações de radar e pluviômetros na região, esses dados permitem uma avaliação precisa e abrangente das chuvas, fundamental para o monitoramento e a resposta a eventos climáticos extremos.
- Fornece estimativas precisas de precipitação
- Crucial para áreas com baixa densidade de infraestrutura de monitoramento
- Ajudam a prever impactos e preparar respostas a eventos extremos