
A morte de Silvio Berlusconi trouxe um período de incertezas e especulações sobre o horizonte econômico do império que fundou ao longo de seus 86 anos.
As ações da MediaForEurope, um grupo de mídia de Berlusconi, subiram 7,38% nesta terça-feira na bolsa de valores de Milão. O mercado antecipa uma mudança de rumo para a empresa que pode vir acompanhada de grandes benefícios.
Na Fininvest, holding familiar, os proprietários se apressaram em emitir um comunicado para acalmar o mercado. Por meio de uma carta, eles prometeram que as “atividades continuarão na linha de absoluta continuidade em todos os aspectos”.
A grande questão é o que acontecerá com esse patrimônio, na opinião do professor de história empresarial da Universidade Bocconi de Milão, Andrea Colli, “o império [econômico] sobreviverá sem Silvio Berlusconi, pois conseguiu garantir uma transição entre as gerações que foi planejada antes”, disse em entrevista à AFP.
O empresário ficou em terceiro lugar no ranking da fortuna italiana, com 6.400 milhões de euros (US$ 6,8 bilhões).
Clã Berlusconi
Marina Berlusconi é presidente da Fininvest desde 2005 e também da editora Mondadori a partir de 2003. Marina é a filha mais velha do magnata. Ela tem 56 anos e já esteve várias vezes na lista da revista Fortune das 50 mulheres mais influentes na comunidade empresarial global.
O segundo no comando é Pier Silvio, irmão de Marina e atualmente no comando da empresa Mediaset, outra empresa que compõe o império de Silvio Berlusconi.
Os irmãos nasceram no primeiro casamento do político italiano com Carla Dall’Oglio. Cada um detém 7,65% do pacote de ações da Fininvest.
Berlusconi teve outros três filhos com Verónica Lario, de quem se divorciou em 2010. Luigi, Eleonora e Barbara, a caçula da família, têm 21,42% do controle familiar.
A herança
Além das participações financeiras de cada um, os cinco herdeiros de Silvio Berlusconi devem dividir 61,21% das ações da Fininvest.
Segundo informações da agência de notícia, AFP, os ativos de Berlusconi incluem 53,3% da Mondadori, 30,1% do Banco Mediolanum, a produtora cinematográfica Medusa, o clube de futebol Monz e vários imóveis e veículos de luxo.
Agora resta saber se a partilha de bens transcorrerá em harmonia ou se os irmãos recorrerão à Justiça para resolver eventuais divergências de critérios da herança de Silvio Berlusconi.