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O que é a “licença por infelicidade”, criada por empresário chinês?

Um estudo realizado pela Pluxee, em parceria com a The Happiness Index, revelou que os trabalhadores brasileiros estão 9% mais insatisfeitos com o trabalho do que a média global

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Trabalhador triste – Créditos: depositphotos.com / baranq

Recentemente, uma nova prática de licença trabalhista chamou atenção ao ser implementada por Yu Donglai, fundador e presidente da rede de varejo Pang Dong Lai. A licença por infelicidade permite que os trabalhadores tirem um dia de folga quando se sentirem estressados, tristes ou desanimados, sem a necessidade de aprovação da liderança.

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A licença, limitada a 10 dias por ano, tem como objetivo ajudar os funcionários a alcançar um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Yu Donglai anunciou essa novidade na China Supermarket Week 2024, mencionando seu desejo de proporcionar mais liberdade aos funcionários.

Os trabalhadores podem determinar livremente o próprio tempo de descanso. “Esta licença não pode ser negada pela gerência. A negação é uma violação,” afirmou Yu Donglai, ao g1. Com mais de 7 mil funcionários, a empresa segue um modelo de trabalho que oferece sete horas diárias, folgas nos fins de semana e de 30 a 40 dias de férias anuais.

A licença por infelicidade pode chegar ao Brasil?

Segundo Dani Plesnik, coordenadora do curso de pós-graduação em segurança psicológica da Human SA, ao g1, a iniciativa é um bom começo para criar um ambiente de engajamento entre os funcionários, mas não deve ser isolada. “Minha preocupação é que isso seja a única coisa que a empresa esteja fazendo. É como se estivéssemos trabalhando com um remédio, e não com a causa,” comenta a especialista.

Para Plesnik, é crucial repensar as formas de trabalho e a interação entre funcionários para evitar um ambiente corporativo que cause adoecimento. Além disso, a regulação e incentivo legal ao cuidado psicossocial são passos importantes para implementar este tipo de licença no Brasil.

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Roberta Basílio, cientista comportamental e professora do curso de Administração da ESPM, afirma que medidas que garantam o equilíbrio entre vida profissional e pessoal são essenciais para o bem-estar dos trabalhadores. A ausência desse equilíbrio pode comprometer a produtividade a médio e longo prazo, levando ao desgaste e ao burnout.

Um estudo realizado pela Pluxee, em parceria com a The Happiness Index, revelou que os trabalhadores brasileiros estão 9% mais insatisfeitos com o trabalho do que a média global. A pesquisa ouviu mais de 23 mil profissionais e mostrou que, em termos de felicidade no trabalho, o Brasil está 4% abaixo da média global, e 10% abaixo em engajamento.

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