Na próxima semana, o monarca britânico de 75 anos, Rei Charles III, passará por um procedimento médico para tratar o aumento da próstata em um hospital. O diagnóstico ganhou repercussão, mas os especialistas afirmam que ele é comum para homens da sua idade e que os tratamentos convencionais não representam riscos.
A hiperplasia prostática benigna (HBP), conhecida como o aumento da próstata, é uma condição não cancerosa que frequentemente afeta homens mais velhos. Por volta dos 60 anos, mais da metade dos homens experimenta ao menos sintomas leves, como dificuldade e sensação de urgência para urinar. No entanto, em muitos casos esses sintomas não são suficientemente graves para exigir tratamento.
Ao The New York Times, o urologista e especialista em próstata da Universidade de Connecticut, Dr. Peter Albertsen, explicou que se trata de uma condição semelhante à menopausa feminina. “Achamos que é a mudança na proporção de testosterona em relação ao estrogênio. A forma como o homem responde é que a próstata aumenta. É um processo normal de envelhecimento”, disse o médico.
Quando um homem desenvolve essa condição, o aumento da próstata acaba comprimindo o canal que transporta a urina da bexiga até o pênis. O Dr. Judd W. Moul, urologista e especialista em próstata da Duke University, esclarece também ao The New York Times que os sintomas são notáveis. O principal deles é o aumento da frequência na urina.
Quando os sintomas se agravam, é comum que homens recebam tratamento com medicamentos destinados a relaxar a próstata. Segundo o urologista de Connecticut, os médicos costumam começar prescrevendo um bloqueador alfa, como terazosina (Hytrin), doxazosina (Cardura), tamsulosina (Flomax), alfuzosina (Uroxatral) ou silodosina (Rapaflo). Outra alternativa é a finasterida (Proscar ou Propecia), que inibe a conversão da testosterona no hormônio responsável pelo aumento da próstata.
O tratamento de Rei Charles III
Apesar das diferentes possibilidades de medicamentos, a próstata pode continuar em processo de crescimento, especialmente em homens na faixa etária do monarca. Nesse caso, pode haver necessidade de intervenção cirúrgica.
Ainda que a família real não tenha divulgado o procedimento realizado por Rei Charles III, os especialistas afirmam que o mais comum é a ressecção transuretral da próstata, ou RTU. Nesse caso, um médico cirurgião remove parte do interior da próstata, proporcionando maior espaço para a uretra. Há mais de 100 anos essa operação é realizada.
Além disso, aqueles que fazem a RTU geralmente são liberados para casa no mesmo dia ou no dia seguinte. “Nenhuma das operações é debilitante”, adicionou o Dr. Albertsen, destacando que o procedimento “não é grande coisa”.
Por último, os urologistas destacam a introdução de novos tratamentos para o aumento da próstata. Um deles consiste em um circuito de corte elétrico que elimina o tecido prostático, outro utiliza de vapor para vaporizar o tecido da próstata e, ainda, há um sistema que emprega implantes para deixar a próstata afastada do canal da uretra.
King Charles III will undergo a procedure next week to treat an enlarged prostate, Buckingham Palace revealed. pic.twitter.com/9KN0CITdrF
— Apex World News (@apexworldnews) January 18, 2024
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini