EXPLOSÕES EM Isfahan

O que se sabe sobre o suposto ataque de Israel ao Irã?

A escalada na crise teve início em 1º de abril, quando um ataque israelense na Síria resultou na morte de um comandante sênior da Guarda Revolucionária iraniana e outras seis pessoas

Ataque de Israel ao Irã
Explosões ocorreram perto de uma base militar na cidade de Isfahan, no Irã – Crédito: Reprodução

Na madrugada desta sexta-feira (19), explosões ocorreram perto de uma base militar na cidade de Isfahan, no Irã. Embora o governo iraniano tenha sido vago sobre as causas, militares dos EUA informaram à imprensa que foi um ataque israelense em resposta a um anterior lançamento de drones e mísseis em direção a Israel.

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Autoridades israelenses e iranianas evitaram atribuir responsabilidades diretamente. O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, disse que não iria comentar o assunto, exceto que “os EUA não estão envolvidos com nenhuma operação ofensiva”.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, confirmou indiretamente o envolvimento israelense. Ele disse a jornalistas que Tel Aviv informou sobre o ataque a Washington “no último minuto“, mas que os EUA não tiveram participação no mesmo.

Segundo a imprensa iraniana, três drones foram abatidos por volta das 21h30 (horário de Brasília). A região é próxima a instalações nucleares e teve o espaço aéreo fechado, com explosões ouvidas na cidade de Isfahan, onde voos foram cancelados. O tipo de armamento utilizado permanece desconhecido.

 

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O Irã afirmou que não houve ataque com mísseis e que o sistema de defesa aérea foi ativado, explicando que as explosões ouvidas na região foram resultado da ação do sistema de defesa. Militares iranianos declararam que nenhum dano foi causado, e a imprensa local ressaltou que as instalações nucleares permanecem intactas.

Uma autoridade iraniana, sob anonimato, disse à agência Reuters que não há planos imediatos de retaliação contra Israel, já que as circunstâncias do ataque não estão claras. A hesitação em atribuir a autoria do ataque a Israel indica uma possível intenção do Irã em evitar uma escalada das tensões.

Israel não comentou oficialmente a ação, sugerindo uma possível intenção de reduzir as tensões com Teerã. O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, postou uma única palavra no X (antigo Twitter), em hebraico, que pode ser traduzida como “fraco” ou “desapontador“, sem especificar a que se referia.

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A imprensa israelense especula que sua mensagem tenha relação com os eventos em Isfahan. Após o ataque iraniano do dia 13, Ben-Gvir havia defendido uma resposta “esmagadora” a Teerã. Sua mensagem resultou em uma reprimenda pública do presidente de Israel, Isaac Herzog.

Entenda a crise entre Israel e Irã

A escalada na crise entre Irã e Israel teve início em 1º de abril, quando um ataque israelense na Síria resultou na morte de um comandante sênior da Guarda Revolucionária do Irã e outras seis pessoas. O bombardeio atingiu o consulado do Irã em Damasco, conduzido por aviões militares israelenses.

Embora Israel tenha evitado comentários na época, fontes da Defesa israelense confirmaram a autoria do ataque ao The New York Times. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu vingança um dia após o ataque, alertando que Israel iria se arrepender.

No dia 13 de abril, o Irã lançou mais de 300 drones e mísseis contra Israel em um ataque sem precedentes, resultando na primeira ação militar direta do Irã contra Israel em mais de quatro décadas de inimizade.

As Forças de Defesa de Israel afirmaram ter interceptado 99% dos projéteis, com ajuda dos Estados Unidos, Reino Unido e Jordânia. Em resposta, os EUA impuseram novas sanções contra o Irã, mas a Casa Branca avisou Israel que não participaria de um contra-ataque liderado por eles.

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