PROIBIÇÃO AO ESTUDO

ONU afirma que Afeganistão é o pais ‘mais repressivo’ para mulheres

Desde que o regime fundamentalista Talibã tomou o poder do país em 2021, ele tem imposto uma série de restrições às mulheres afegãs. Exigir o uso da burca ou hijab é um dos exemplos.

ONU afirma que Afeganistão é o pais 'mais repressivo' para mulheres
O regime fundamentalista Talibã tomou o poder do país em 2021 (Crédito: Majid Saeedi/Getty Images)

Nesta quarta-feira (08), Dia Internacional da Mulher, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou, em comunicado, que atualmente o Afeganistão é o país que mais desrespeita os direitos das mulheres.

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No texto, a ONU pediu ao Talibã o fim imediato das “restrições draconianas” impostas às mulheres no país. “O Afeganistão sob o governo Talibã continua sendo o país mais repressivo do mundo no que diz respeito aos direitos das mulheres”, afirmou a organização.

A diretora da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, Roza Otunbayeva, disse, em comunicado, que “o Afeganistão sob o governo Talibã continua sendo o país mais repressivo do mundo no que diz respeito aos direitos das mulheres”.

“Tem sido angustiante testemunhar seus esforços metódicos, deliberados e sistemáticos para afastar as mulheres e meninas afegãs da esfera pública”, acrescentou Otunbayeva.

Proibições às mulheres afegãs

As aulas foram retomadas nesta segunda-feira (06), após as férias de inverno. Entretanto, elas voltaram sem a presença de mulheres, banidas das salas de aula no ano passado. Desde que o regime fundamentalista Talibã tomou o poder do país em 2021, ele tem imposto uma série de restrições às mulheres afegãs.

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Exigir o uso da burca ou hijab; banir mulheres de empregos públicos e cargos de liderança e proibir que elas frequentem escolas e universidades são alguns dos exemplos. Algumas pessoas conseguiram fugir do país após a tomada do poder, entretanto, quem ficou, teve que lidar com a então nova realidade.

Protesto no Dia das Mulheres

A agência de notícias AFP (Agence France-Presse) informou que um grupo de 20 mulheres fez um protesto em Cabul nesta quarta (08). Durante o ato, uma das manifestantes ressaltou a importância da ONU para o país: “Chegou o momento de a ONU tomar ações decisivas e sérias sobre o destino do povo (afegão)”. 

Uma moradora da província central de Ghor, Rahela, de 22 anos, relatou à AFP: “É de partir o coração ver os homens seguindo para a universidade, enquanto nós temos que ficar em casa. Isto é discriminação de gênero contra as mulheres porque o Islã nos permite buscar o ensino superior. Ninguém deve nos impedir de aprender”. 

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