CAPTURADO EM EMBAIXADA

Overdose de ansiolíticos e antidepressivos: o que se sabe sobre estado de saúde de Jorge Glas?

O ex-vice-presidente foi encontrado em sua cela, por volta das 8h30, desacordado

O ex-presidente Jorge Glas foi encontrado em sua cela, por volta das 8h30, desacordado; Ele se recusou a comer por 24 horas.
Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador – Créditos: Polícia Nacional do Equador

Jorge Glas, o ex-vice-presidente do Equador, foi hospitalizado após uma overdose de ansiolíticos, antidepressivos e sedativos. Ele foi preso na última sexta-feira (6), após uma invasão da polícia equatoriana na embaixada do México em Quito. As informações são do jornal El País.

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De acordo com seus advogados, Glas tem estado de saúde estável. Andrés Villegas Pico, o advogado representante, afirmou em nota que o ex-vice foi encontrado em sua cela, por volta das 8h30, desacordado. Ele se recusou a comer qualquer coisa pelas próximas 24 horas.

O Servicio Nacional de Atención Integral a Personas Adultas Privadas de la Libertad (Serviço Nacional de Atenção Integral a Pessoas Adultas Privadas de Liberdade, em português), informou que Glas “sofreu uma possível descompensação por se recusar a consumir os alimentos oferecidos” e que ele está “estável e permanecerá em observação”.

Vinicio Tapia, outro advogado do político, disse em entrevista à agência AFP que foi impedido de falar com seu cliente. “Não temos notícias há mais de 60 horas, desde o momento em que foi sequestrado na embaixada mexicana”, revelou.

A prisão de Jorge Glas

Jorge Glas permanece, até o momento, na prisão de segurança máxima de Guayaquil, popularmente conhecida como La Roca. O político está em cárcere desde sábado, após a invasão da embaixada do México. Ao adentrar a embaixada, o governo equatoriano violou a soberania mexicana, o que resultou numa onda de críticas por parte de governos de todo o mundo. A comunidade internacional acusa o presidente equatoriano Daniel Noboa de não respeitar a Convenção de Viena.

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Após o ocorrido, o México anunciou o rompimento de relações com o Equador. As tensões entre os países tem aumentado, principalmente com a preparação do que será apresentado na Corte Internacional de Justiça (CIJ), o órgão jurisdicional máximo da ONU. A denúncia contra o país é de que a invasão não respeitou a “inviolabilidade” das embaixadas, fator estabelecido pela Convenção de Viena de 1961.

A intervenção policial foi condenada por cerca de 30 países, incluindo o Brasil, além de sete organismos regionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA).

A prisão foi motivada, segundo a instituição equatoriana, pela investigação de Glas pelo crime de peculato, que acusa o político de ter desviado dinheiro público que deveriam ter sido utilizados na reconstrução de Manabí e Esmeraldas, províncias que foram afetadas pelo terremoto de 2016.

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Noboa se pronunciou sobre o assunto nesta segunda-feira (8) e defendeu a intervenção na embaixada, dizendo que não podia ter o “risco de uma fuga iminente” de Glas. Além disso, o Equador considera o asilo concedido pelo México ilegal, já que o político está passando por processo de crime comum.

Ao povo irmão do México, quero expressar que sempre estarei disposto a resolver qualquer diferença, mas que a justiça não se negocia, e que nunca protegeremos criminosos”, disse em nota.

López Obrador, o presidente mexicano, afirmou nesta segunda-feira (8) que a operação foi uma medida autoritária, vinda de um governo inexperiente e desesperado por apoio popular.

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“Quando há governos fracos, que não têm respaldo popular ou capacidade, fabricam candidatos, e quem não tem experiência chega [ao poder]”, afirmou.

*sob supervisão de Tomaz Belluomini

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