Os democratas estadunidenses vivem um dilema: apoiar ou desestimular a candidatura de Joe Biden à presidência? Após a oficialização da chapa de Donald Trump nesta semana com J.D. Vance, o partido pretende realizar uma votação virtual na primeira semana de agosto para discutir.
O limite para a inscrição de candidaturas no estado de Ohio é 7 de agosto, de acordo com uma carta enviada aos membros do comitê de regras da Convenção Nacional Democrata e obtida pela agência de notícias Associated Press nesta quarta (17).
Se esse for o caso, a nomeação de Biden ocorreria antes do planejado. Normalmente, o partido formaliza seu candidato durante a Convenção Nacional Democrata. Em 2024, ela acontecerá de 19 a 22 de agosto em Chicago.
O comitê de regras da convenção tem uma reunião marcada nesta sexta-feira (19) e deve finalizar seus planos na próxima semana. Na carta do comitê, os co-presidentes Leah D. Daughtry e Tim Walz escreveram que irão tratar a decisão com a sua devida importância. “Não implementaremos um processo de votação virtual apressado, embora comecemos nossa importante consideração de como um processo de votação virtual funcionaria”.
Por outro lado, uma corrente de democratas acredita que é preciso manter o debate sobre o candidato do partido, sem realizar a votação antecipada. É o caso de uma outra carta de legisladores sobre “sérias preocupações” do grupo, com a assinatura de Susan Wild, Mike Quigley e Jared Huffman. Conforme a AP, o documento afirma que a votação antecipada “poderia profundamente minar a moral e a unidade dos democratas”.
Eleitores democratas pedem desistência de Biden
Os legisladores democratas contrários a Biden não estão sozinhos. Quase dois terços dos eleitores do partido preferem que Biden desista da corrida eleitoral, segundo uma pesquisa feita pelo Centro de Pesquisa de Assuntos Públicos AP-NORC. Os cidadãos acreditam que ele deve abrir espaço para a nomeação de outro candidato. Ao mesmo tempo, 73% dos republicanos defendem que Trump permaneça na corrida.
O levantamento foi realizado, em sua maioria, antes do atentado contra Donald Trump. Ou seja, ainda não se sabe se o evento influenciou as opiniões dos eleitores sobre Biden.