situação econômica

Pesquisa mostra rotina de famílias na Argentina de Javier Milei

A Casa Tres compilou 2.400 casos de forma online e por telefone ao longo de fevereiro para elaborar os resultados

A maioria das consultorias costuma se dedicar a medir a imagem dos políticos e a aceitação ou rejeição de determinadas medidas. No entanto, raramente se veem estudos que detalhem como isso impacta a sociedade e seus costumes.
Inflação argentina ficou em 13,8% em fevereiro – Créditos: Notícias Argentinas

A maioria das consultorias costuma se dedicar a medir a imagem dos políticos e a aceitação ou rejeição de determinadas medidas. No entanto, raramente se veem estudos que detalhem como isso impacta a sociedade e seus costumes. Um relatório combinou ambos os aspectos e detalhou como o ajuste do governo de Javier Milei colide e qual é a aceitação e o prognóstico futuro de acordo com seus entrevistados.

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Trata-se da Casa Tres, que compilou 2.400 casos de forma online e por telefone ao longo de fevereiro para elaborar os seguintes resultados. Em alguns casos, há um claro alerta para a nova gestão, mas em outros também se reflete uma mensagem de apoio à “La Libertad Avanza”. Uma das integrantes da consultoria é Mora Jozami, uma analista vinculada ao macrismo.

Os principais problemas são os mesmos

Em primeiro lugar, na consulta sobre os “principais problemas do país”, não houve surpresas, pois a mais escolhida foi a “inflação”, com 23,6%, a opção que há algum tempo vem liderando como resposta.

Em segundo lugar, também como era esperado, ficou “A situação econômica em geral”, com 20%. O pódio foi completado pela “insegurança”, com 7,6%, bem atrás das duas primeiras.

O salário está cada vez menos suficiente: quais despesas foram cortadas pelas famílias?

A consultora concentrou-se nos salários, que diante da escalada da inflação registrada nos primeiros três meses do governo (25,5% para dezembro, 20,6% para janeiro e 13,2% para fevereiro) e da pouca compensação que vem sendo observada na maioria dos setores, começa a gerar um conflito. O governo aponta para a gestão anterior pela escalada da inflação e pela necessidade de fazer esse ajuste.

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Diante da consulta sobre a situação dos rendimentos, 12% dos entrevistados dizem que com seu salário (mais os rendimentos familiares) “dá bem” para chegar ao fim do mês, enquanto 29% dizem que “dá justo”. Na outra ponta, 34% respondem que “não dá” e 22% que “não dá de jeito nenhum”.

A partir desta análise, o relatório entra nos detalhes dos cortes de despesas das pessoas (cada um poderia escolher várias opções). “Lazer em geral com 45,4%”, “Consumo de marcas secundárias em 41,7%”, “Menos compras de vestuário 39,3%”, “Férias 32,6%”, “Plataforma de conteúdo 27,2%”, “Menos uso do veículo particular 19,7%”, “Atividades dos meus filhos 10,2%”, “Cancelamento do plano de saúde privado 9,3%”, “Mudança de tipo de seguro 6,5%” e “Mudança para escola pública 3,5%” foram as escolhidas.

Expectativa otimista, mas com o pessimismo crescendo

Em relação às expectativas econômicas, Milei continua mantendo grande parte do apoio que recebeu no segundo turno das eleições no ano passado. Neste caso, dois horizontes aparecem: um dentro de um ano e outro até o final do mandato de Milei.

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Aqueles que acreditam que o país vai melhorar dentro de um ano e até o final do mandato são 39% e 43%, respectivamente. Porém, aqueles que consideram que a situação vai piorar são 38% e 36%. Números muito parecidos.

Quem o ajuste afeta mais?

Este é outro foco que pode, no entanto, preocupar o governo: O ajuste afeta os mais vulneráveis. Vale lembrar, assim, que Milei prometeu que esta adequação seria paga pela “casta”.

Na pesquisa da Casa Tres, a lista fica da seguinte forma: “Os pobres 23,5%”, “Os trabalhadores 18,7%”, “A classe média 17,1%”, “Os aposentados/pessoas idosas 14,2%”, “Os desempregados 5%”, “Os empresários 0,9%”, “As crianças 0,9%”, “Aqueles que investem no país 0,7%”, “Os jovens 0,4%”, “Outros 14,5%” e “NS/NC (não sabem/não responderam) 4,1%”.

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A maioria concorda que era necessário fazer um ajuste

Por fim, 56% consideram que o ajuste era necessário, enquanto 34% pensam que não era. Um restante de 10% não sabem ou não responderam.

No entanto, quando perguntados se estariam dispostos a pagar tarifas mais altas para que o país melhore sua situação, a negativa predominou: 34% disseram estar “nada disposto”, 19% “pouco disposto”, 24% “um pouco disposto” e 18% “muito disposto”. Os restantes 4% não sabem/não contestam.

Leia a matéria original (em espanhol) aqui.

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