Recentes depredações nas redes de fibra ótica das operadoras francesas causaram sérios transtornos nos serviços de internet, telefonia fixa e móvel. A secretária de Estado para assuntos digitais, Marina Ferrari, repudiou veementemente essas ações. “Condeno com a maior firmeza esses atos covardes e irresponsáveis”, afirmou Marina.
Apesar dos esforços das equipes para reparar os danos, a extensão do impacto causado pelo vandalismo ainda é desconhecida. Pelo menos seis departamentos administrativos, incluindo a região de Marselha, sede de competições olímpicas, foram afetados, de acordo com a polícia francesa.
Depredações nas redes de fibra ótica
Os operadores de telecomunicações Bouygues e Free confirmaram que seus serviços foram interrompidos pelos ataques. Relatos da mídia francesa indicam que a SFR também foi prejudicada. A empresa-mãe da Free ativou suas equipes para restaurar o serviço o mais rápido possível.
Um suspeito foi detido no domingo (28) em uma estação de serviço da SNCF, portando “chaves de acesso a locais técnicos da SNCF“, “alicates de corte” e “um conjunto de chaves universais“, além de literatura ligada à extrema-esquerda, segundo uma fonte policial. Atrasos e interrupções nos serviços de trem de alta velocidade ocorreram horas antes da abertura dos Jogos Olímpicos.
Linhas de trem de alta velocidade, incluindo aquelas que ligam Paris a outras regiões da França e países vizinhos, foram alvos de sabotagens, envolvendo roubo e incêndio de cabos de fibra óptica. Mais de 800 mil pessoas foram impactadas, com atrasos e cancelamentos nas viagens.
O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, classificou os acontecimentos como “atos de sabotagem” e o ministro do Interior, Gérald Darmanin, prometeu prisões iminentes dos responsáveis. Autoridades belgas também prenderam sete suspeitos ligados a planejamentos terroristas, sem confirmar a conexão com os ataques aos trens na França.
Quais regiões foram mais afetadas?
As principais linhas atingidas conectam Paris a cidades como Lille, Bordeaux, Estrasburgo e no sul do país como Lyon e Marselha. Uma grande parte dos serviços da rede Eurostar, que liga Londres a Paris, foi cancelada e os trens da Bélgica para Paris também foram suspensos.
Jean-Pierre Farandou, presidente-executivo da SNCF, afirmou que a manutenção é manual, demorando mais tempo para ser concluída. As redes sociais da SNCF informaram que o serviço estava sendo normalizado gradualmente, mas sem um prazo definido.
Autoridades francesas e figuras políticas expressaram suas condenações aos ataques. Patrice Vergriete, ministro dos Transportes, e Amélie Oudéa-Casteram, ministra dos Esportes, enfatizaram a gravidade dos problemas enfrentados e os esforços para garantir a segurança e a eficiência do transporte.
Adicionalmente, Laurent Nunez, chefe da polícia de Paris, anunciou reforços nas estações ferroviárias da capital para lidar com o aumento do fluxo de passageiros, exacerbado pelos ataques. Assim, a França enfrenta uma dura realidade onde ataques às suas infraestruturas críticas impactam gravemente a vida da população, além de ameaçar eventos de grande porte como os Jogos Olímpicos.