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Prisioneiros libertados pela Rússia em acordo desembarcam nos EUA

Entre os nomes libertados pela Rússia estão Evan Gershkovich, um jornalista preso por espionagem em março de 2023, e Vadim Krasikov, condenado à prisão perpétua

Em uma movimentação diplomática, os EUA, a Rússia e outros seis países realizaram a maior troca de prisioneiros desde o final da Guerra Fria
Em uma movimentação diplomática, os EUA, a Rússia e outros seis países realizaram a maior troca de prisioneiros desde o final da Guerra Fria – Crédito: Reprodução / Governo dos Estado Unidos

Em uma movimentação diplomática de grande repercussão, os EUA, a Rússia e outros seis países realizaram a maior troca de prisioneiros desde o final da Guerra Fria. O acordo, que foi negociado em segredo por mais de um ano, envolveu a CIA e a FSB, a agência de segurança e espionagem da Rússia. No total, 24 prisioneiros foram trocados entre oito países.

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A troca incluiu a libertação de 16 prisioneiros, entre eles três jornalistas, por parte da Rússia e Belarus, em troca de oito prisioneiros. Entre os nomes libertados pela Rússia estão Evan Gershkovich, um jornalista preso por espionagem em março de 2023, e Vadim Krasikov, condenado à prisão perpétua na Alemanha.

A maior troca de prisioneiros desde a Guerra Fria

A troca de prisioneiros, que envolveu EUA, Rússia, Alemanha, Polônia, Eslovênia, Noruega, Bielorrússia e Turquia, é a maior desde o término da Guerra Fria. Este marco foi possível graças à coordenação de múltiplos países e intensas negociações que ocorreram nos bastidores. A liberação coincidiu com uma série de movimentos diplomáticos significativos que visam melhorar as relações internacionais.

O presidente dos EUA, Joe Biden, celebrou o acordo como um “feito de diplomacia e amizade” e expressou grande gratidão aos aliados internacionais. Biden destacou a importância das decisões ousadas e corajosas adotadas por diversos líderes mundiais, incluindo o chanceler alemão, Olaf Scholz, que teve um papel crucial na liberação de Vadim Krasikov.

A troca envolveu a libertação dos seguintes prisioneiros:

  • Evan Gershkovich: Jornalista americano preso por espionagem na Rússia em março de 2023.
  • Paul Whelan: Ex-fuzileiro naval americano detido na Rússia por espionagem desde 2018.
  • Alsu Kurmasheva: Jornalista russo-americana presa na Rússia.
  • Vladimir Kara-Murza: Dissidente russo-britânico e residente nos EUA, preso na Rússia.

Além desses nomes, outros prisioneiros de diversas nacionalidades foram libertados, incluindo três jornalistas. A Rússia, por sua vez, recebeu oito prisioneiros, todos recebidos pelo presidente Vladimir Putin no aeroporto de Moscou. Putin prometeu condecorar todos eles, incluindo Krasikov.

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Como isso afeta as relações EUA-Rússia?

Apesar do sucesso diplomático, a troca de prisioneiros não representa uma mudança significativa nas tensas relações entre EUA e Rússia. Jon Finer, conselheiro adjunto de segurança nacional dos Estados Unidos, afirmou que as relações entre os dois países ainda estão “em uma situação muito difícil”. Segundo Finer, a negociação não envolveu confiança, destacando a complexidade das relações bilaterais.

Por outro lado, críticos do acordo expressaram preocupações sobre o impacto da troca. Michael McCaul, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos EUA, alertou que a libertação de criminosos russos poderia incentivar sequestros de reféns no futuro. Já Donald Trump questionou a natureza dos prisioneiros libertados, insinuando que a troca pode não ter sido vantajosa para os EUA.

Imediatamente após a troca, Biden e a vice-presidente Kamala Harris receberam os prisioneiros americanos libertados na Base Conjunta Andrews, em Maryland. A recepção calorosa simbolizou um triunfo diplomático para a administração Biden, especialmente a poucos meses das eleições americanas.

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Em Moscou, Vladimir Putin fez questão de receber pessoalmente os prisioneiros russos libertados e destacou que todos seriam homenageados. A movimentação reforçou a narrativa do Kremlin de proteger cidadãos russos detidos no exterior.

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