Paul Alexander

Pulmão de ferro: quem é o homem que morreu após mais de 70 anos de poliomielite?

Com apenas seis anos idade, ele foi acometido pela doença, que priva suas vítimas do controle de seus músculos respiratórios

Morreu na última segunda-feira (11) Paul Alexander, estadunidense que permaneceu no tratamento de "pulmão de ferro", contra a poliomielite, por mais de 70 anos. Com apenas seis anos idade, ele foi acometido pela doença, que priva suas vítimas do controle de seus músculos respiratórios, os forçando à necessidade de máquinas, conhecidas como "pulmões de ferro", para mantê-las vivas.
Paul Alexander – Créditos: X/Reprodução

Paul Alexander, estadunidense que permaneceu no tratamento de “pulmão de ferro”, contra a poliomielite, por mais de 70 anos morreu na última segunda-feira (11). Com apenas seis anos idade, ele foi acometido pela doença, que priva suas vítimas do controle de seus músculos respiratórios, os forçando à necessidade de máquinas, conhecidas como “pulmões de ferro”, para mantê-las vivas.

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Os dispositivos parecem advindos de um filme de terror. Os pacientes não conseguem movimentar-se e apenas suas cabeças ficam visíveis, com o resto de seus corpos envoltos por uma enorme máquina, com o único intuito de ajudá-las a respirar. Apesar das graves limitações, “Polio Paul”, como ficou conhecido, lutou bravamente, pintou telas, escreveu um livro e trabalhou como advogado por anos.

Ele usava uma vara em sua boca para virar páginas de livros e criar suas pinturas. Paul também frequentou os ensinos médio e superior. Mais tarde, essa mesma vara o ajudou a digitar cada tecla de sua autobiografia. “Meus pais me ensinaram a usar minha inteligência e energia para ser produtivo”, disse em entrevista ao site Gizmodo, em 2017. “Nunca me vi como um aleijado. Escolho o uso desta palavra pois acho que engloba a maioria das percepções das pessoas”.

“Paul se orgulhava muito em ser um exemplo positivo para os outros”, disse Christopher Ulmer, que o entrevistou uma vez, porém virou amigo de Alexander posteriormente. “Acima de tudo, creio que ele queria que todos soubessem que são capazes de fazerem grandes coisas”, completou.

Pulmão de ferro

A máquina faz parte do leque de ventiladores de pressão negativa (NPV, em inglês). Trata-se de um grande cilindro horizontal que manipula a pressão em seu interior para estimular a movimentação de ar no corpo de seu usuário.

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Designs da máquina existem desde o século 17, porém, o modelo conhecido como “pulmão de ferro” foi inventado por Phillip Drinker na década de 1920. Por isso, o dispositivo é também conhecido como “Respirador de Drinker”.

O método, além de muito usado na epidemia de polio, na metade do século 20, também foi implementado para certos pacientes de Covid-19. Devido à facilidade em sua produção, ele substituía, quando preciso, os ventiladores de pressão positiva, menos disponíveis.

Epidemia

Entre 1948 e 1955, um surto afetando cerca de 45 mil pessoas nos Estados Unidos, principalmente crianças, encheu os hospitais com pacientes que sequer conseguiam respirar. A doença acabou com a vida de milhares de suas vítimas.

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A poliomielite foi considerada erradicada no século 21, após décadas de campanha para a vacinação criada, em 1955, pelo cientista Dr. Jonas E. Salk.

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