"encenação"

Putin no poder: o que se sabe sobre as eleições na Rússia?

o pleito servirá apenas para legitimar uma novo mandato do atual presidente, que ocupará o cargo até 2030

As eleições presidenciais da Rússia iniciaram-se nesta sexta-feira (15) e devem estender-se até o próximo dia 17. Rotulado por muitos como "encenação", o pleito servirá apenas para legitimar uma novo mandato do presidente Vladimir Putin, que ocupará o cargo até 2030.
Processo ocorrerá no decorrer de três dias – Créditos: Administração Presidencial da Federação Russa

As eleições presidenciais da Rússia iniciaram-se nesta sexta-feira (15) e devem estender-se até o próximo dia 17. Rotulado por muitos como “encenação”, o pleito servirá apenas para legitimar uma novo mandato do presidente Vladimir Putin, que ocupará o cargo até 2030.

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Na verdade, as eleições russas começaram no fim de fevereiro, quando eleitores de regiões mais remotas do país, como o Distrito Federal do Extremo Oriente da Rússia, que abrange cerca de 70 mil habitantes. Territórios ucranianos ocupados pela Rússia, como Zaporizhzhia, também estão inclusos nas contagens eleitorais.

As denominações vêm do fato de que não há um forte concorrente à gestão do russo, revelando o controle da máquina pública e eleitoral. Qualquer opositor que apresente alguma perspectiva é engolido pelo longo, burocrático e rigoroso processo de registro de candidatura. Os únicos outros candidatos à presidência são Nikolay Kharitonov, do Partido Comunista, Leonid Slutsky e Vladislav Davankov, todos considerados apoiadores da atual gestão. Ninguém contra a invasão à Ucrânia, por exemplo, foi permitido a concorrer.

“Cada candidato apresenta ideologias e políticas internas justapostas, mas coletivamente alimentam o objetivo de Putin de reforçar o seu controle sobre a Rússia durante o seu próximo mandato presidencial”, explica Callum Fraser do think tank Royal United Services Institute (RUSI).

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Ataques

Vladimir Putin acusou a Ucrânia de atentar ataques para perturbar o processo eleitoral, utilizando, segundo o presidente, 2,5 mil soldados e 40 tanques para tentar furar a fronteira entre os países. “Estes ataques inimigos não continuarão impunes”, disse Putin.

O dia também foi marcado por atentados pontuais. Uma mulher foi presa após jogar tinta em uma das urnas. Houve registros também de ataques envolvendo coquetéis molotov. Pelo menos oito pessoas foram presas por crimes relacionados à eleição.

A máquina de Putin

A Rússia utiliza todas as suas engrenagens políticas para um propósito: manter a hegemonia do presidente. Ele entrou, pela primeira vez, em maio de 2000, no cargo de primeiro-ministro e, desde então, nunca deixou de forçar sua doutrina no povo russo.

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Este mandato, seu quarto, era para ser o último, porém, em mais um movimento autoritário, ele conseguiu revogar este limite e estendê-lo para seis mandatos, o garantindo até 2036.

O setor eleitoral também sofre com a mão de ferro de Putin. Diversos candidatos opositores tentaram registrar-se para concorrer e manter alguma esperança. O sistema russo funciona da seguinte forma: quem tiver 100 mil assinaturas apoiando sua candidatura, pode registrar-se. Porém, mesmo atendendo ao requisito, os requerentes precisam passar por um processo cheio de regras para legitimar suas candidaturas.

Casos como o de Yekaterina Duntsova e Boris Nadezhdin, ambos opositores de Putin, chamaram a atenção. Segundo o Kremlin, eles possuíam pendências em suas documentações que impediam o processo legal.

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